Sobrou ousadia e faltou criatividade no Bahia

O Bahia ainda não havia perdido no segundo turno como mandante, foram três jogos e três triunfos na Fonte Nova, contra Figueirense, Sport e Flamengo. Neste domingo, o Tricolor jogava para manter o bom momento em casa e se distanciar do Z-4, mais uma “decisão” com peso dobrado, contra a Chapecoense, que também está na zona da ‘confusão’. Jogo de 6 pontos e sem espaço para vacilos.

Enquanto o Bahia vinha de uma derrota para o Santos, mas ostentava como uma das melhores equipes do returno, a Chapecoense vinha cheia de moral após triunfo surpreendente contra o Internacional por 5 a 0. Portanto, era obrigação do Esquadrão conquistar os três pontos!

Domingão, dia das crianças, jogadores com os apelidos estampado na camisa, mas nada de brincadeira, o jogo era duríssimo. Kleina foi ousado, escalou o time com dois meias de armação, Marcos Aurélio e Emanuel, e Henrique ao lado de Kieza formando a dupla de ataque.

O jogo começou tenso, a Chapecoense aproveitava as subidas do Bahia para tentar surpreender nos contra-ataques. A primeira chance de gol foi do time catarinense aos 2 minutos. Leandro aproveitou cruzamento, girou livre na área, mas finalizou por cima. O Tricolor respondeu com Kieza que cabeceou para fora e perdeu boa chance de abrir o placar.

O Bahia demonstrava fragilidade na defesa, consequência do desajuste tático que Kleina deu ao time. Muita ofensividade e pouca criatividade e no ataque. Aos 10 minutos, Leandro arriscou no cantinho e Lomba espalmou. O Bahia tinha posse de bola, mas o adversário chegava com mais perigo.

Aos 37, Abuda soltou uma bomba da entrada da área, e Lomba tirou a bola com os olhos. No lance seguinte, o castigo. Tiago Luís aproveitou espaço na entrada da área e finalizou, sem chances para o goleiro Marcelo Lomba. Irritado, Gilson Kleina bateu boca com o volante Uellinton.

No segundo tempo o Bahia voltou com uma mudança. Entrou Sorriso (apelido do William Barbio) para saída de Henrique. Mas nada de sorrisos na arquibancada. A torcida permanecia inquieta e aflita. Mas aos 6 minutos, o herói virou vilão. Tiago Luís, autor do gol, empurrou Lucas Fonseca, como já tinha o amarelo, foi expulso. Expulsão que poderia mudar o jogo.

Mesmo com a superioridade numérica, o Bahia não conseguia passar pelo ferrolho catarinense. Kleina resolveu mudar novamente. E uma grata surpresa, Lincoln, após longo 5 meses parado, entrou no lugar do apagado Emanuel Biancucchi. O Bahia acordou!

Aos 13, Marcos Aurélio experimentou de fora da área e Danilo espalmou para escanteio. Em seguida, Uellinton aproveitou a cobrança de escanteio e cabeceou, mas o goleiro catarinense fez outra excelente defesa no puro reflexo.

Aos 23 minutos, Barbio livre pela direita chutou em cima da marcação, no rebote Marcos Aurélio tentou uma meia-bicicleta da entrada da área, para fácil defesa do goleiro Danilo. Kleina resolveu sacar Uellinton, já amarelado, e colocou Rafinha no jogo.

Aos 30, outro milagre do goleiro da Chapecoense. Kieza aproveitou cruzamento da direita e cabeceou no canto para outra boa defesa do arqueiro. Os minutos iam passando, e o Bahia tentava o gol de empate com os 10 homens no campo de ataque. A cada cruzamento na área, se ouvia o suspiro da torcida tricolor, e um ar de frustração.

Aos 44 minutos, Marcos Aurélio bateu falta direto para o gol, mas parou novamente no goleiro Danilo, destaque da partida. E ficou nisso, Bahia 0x1 Chapecoense. Ao apito final, as vaias ecoaram na Arena Fonte Nova. Na saída, Lincoln resumiu o resultado do jogo em uma frase: “Eles foram competentes e mereceram vencer”.

Com o placar, o Bahia perdeu uma ótima chance de se distanciar da zona da confusão, e pra piorar viu a Chapecoense abrir 4 pontos. Situação delicada do tricolor que pode voltar ao Z-4 ainda nessa rodada. Próxima rodada teremos uma missão complicada, bater o São Paulo, no Morumbi.

RESUMO
Gilson Kleina tentou inovar e ser mais ousado, armou o time com dois meias ofensivos e dois atacantes de área, deixando o volante Uellinton sobrecarregado na marcação fazendo com que os laterais subissem menos. Mesmo mais ofensivo, os meias não conseguiram criar e auxiliar os atacantes. O time não tinha dinâmica, faltou mais criatividade, ser mais abusado, e objetivo nas finalizações.

No segundo tempo, Kleina tentou corrigir isso. Colocou William Barbio e Rafinha para tentar dar mais velocidade pelas pontas, já que pelo meio estava difícil passar pelo ferrolho montado pelo técnico Jorginho. O time até melhorou, e teve 3 boas chances, mas esbarrou no goleiro Danilo (grande destaque do jogo) e decepcionou os mais de 20 mil torcedores que compareceram à Arena.

Fellipe Costa

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