Franciel: Assombrações São-Franciscanas*

Ao contrário da doce infância do menino Casimiro de Abreu, a aurora
da minha vida, que os anos não trazem mais, nunca foi habitada somente
por amor, sonhos, flores e tardes fagueiras. Nero ar. Além da seca
medonha, que me tangeu de lá pra cá (alô, Patativa do Assaré), padecia
com diversas outras assombrações. 

E uma das mais terrificantes, especialmente para quem, como este
nostálgico locutor, cresceu razoavelmente próximo às margens do Rio São
Francisco, eram as tenebrosas Carrancas. 

Amigos de infortúnios, em verdade lhes confesso: aquelas imagens com
dentes afiados, cabeleiras longas, olhos esbugalhados, testas imensas,
meio gente, meio bicho, perturbavam nosso imaginário com mais força do
que os horrendos refrões da novíssima música baiana. Não era à toa que
os barqueiros de antanho as colocavam na proa das embarcações para
espantar os maus espíritos. Aliás, aos desprovidos de sabença…. ( Clique aqui)

Autor(a)

Deixe seu comentário