Com a sagacidade ancestral de velha raposa que teve o lombo curtido em anos de labutas traiçoeiras, o intrépido Leonel Brizola identificava logo quando algum partidário estava na iminência de mudar de posição, prestes a dar aquela conhecida e inescrupulosa pulada de cerca. Nestas ocasiões, para denunciar o sujeito, ele sacava do coldre o seguinte jargão: “Fulano está costeando o alambrado”.
Pois bem.
Apesar de sempre dar boas risadas das boutades do caudilho, nunca tive afinidades ideológicas com o referido. Muito menos possuo seu faro para perceber quando as pessoas começam a costear o alambrado. (Estes prolegômenos foram apenas descontrair, pois as cenas dos próximos parágrafos serão marcadas por certa gravidade e tensão).
Motô, volta a fita aí para cerca de dois meses atrás. Pronto. Vamos lá.
Nesta época, um amigo*, destes que estão sempre atentos às artimanhas do jogo político, fez-me o seguinte alerta sobre os rumos do Movimento Somos Mais Vitória . Às aspas. “França, percebo uma articulação em setores do MSMV que tem me preocupado. Alguns membros parecem que estão esquecendo a possibilidade de construção a partir de uma perspectiva coletiva e estão embarcando num jogo personalista. Isto irá estraçalhar o Movimento”.
Mesmo sabendo que este cidadão merecia crédito, até mesmo por conta de sua vivência, preferi não trilhar os caminhos indicados por sua sábia desconfiança. E esqueci o importante aviso que ele me passara. Continua aqui