Bahia: entre a celebração e a agonia

Esta história acontecida em Juazeiro em 2002 e o famoso jejum de 10 anos subsequente, tem dia, hora e local para terminar e ser enterrado sete metros além do solo da avenida paralela e, logo depois, coberto com uma extensa camada de cimento armado. Mas enquanto isto não acontece, o torcedor do Bahia ainda terá que conviver com essas lembranças, agora revividas através de Adalton do Anjos do antigo jornal da Metrópole, hoje apenas METRO1 – Confira.

EMERSON, Claudinho, Jean Elias, Valdomiro e Jefferson; Bebeto Campos, Mantena, Preto e Vágner; Marcus Vinicius e Robgol. Muitos não devem lembrar, mas esse foi o último time do Bahia a levantar uma taça de campeão baiano, no dia 14 de junho de 2001. Naquele dia, o tricolor foi até Juazeiro, reverteu a vantagem e fez 3 a 1, com gols do meia Vagner e dos atacantes Marcus Vinicius e Robgol.

Após uma década de supremacia do Vitória, com dois tetracampeonatos, o Esquadrão volta a ter chances de vencer o estadual. A conquista da 43ª taça do Baianão pelo Bahia pode complementar o retorno à Série A e finalizar o período
sombrio no Fazendão.

No entanto, uma eventual perda do título seria um banho de água gelada nos protagonistas da campanha. Falcão, que busca seu primeiro título da carreira, precisa da taça para se consolidar como treinador; o presidente Marcelo Guimarães Filho sonha coroar sua gestão com a conquista; e o torcedor espera não roubar o jocoso apelido do rival e ficar conhecido como o vice dos novos tempos.

Emerson Ferretti, ex-goleiro do Bahia, concorda. “Tem que acabar com esse jejum e voltar a dar alegria ao torcedor. Se não ganhar, é sinal que o Vitória foi melhor mais uma vez, e vai ser mais uma frustração para o torcedor”, opina.

Melhor elenco desde 2001

Apesar de ter grande vantagem durante a maior parte do Campeonato Baiano de 2012, o último jogo contra o Vitória, a exemplo da primeira partida da final, deverá ser bem equilibrado. “O Bahia não é muito superior ao Vitória. Está com a vantagem, que é o grande diferencial”, diz Emerson.

Sobre o jejum de títulos, o atual cartola apontou diversas variáveis, que podem ter atrapalhado o Bahia durante a última década. “Teve ano que fizeram boas equipes e o ambiente era ruim. Teve ano que a equipe não era forte. Teve o ano que houve a falta da Fonte Nova e teve ano que foi azar”, considera o ex-Emerson.

Para os últimos vencedores do Campeonato Baiano pelo Bahia, Emerson, e o atacante Nonato, que hoje está jogando no Rio Verde, em Goiânia, o atual elenco do Bahia são o melhor desde 2001. “O ponto forte daquele time era o conjunto. O elenco era muito bom. Não tinha vaidades, e dentro do campo a gente se dava bem”, lembra Nonato, que completa: “O time de hoje tem jogadores consagrados, como Titi Marcelo Lomba e Souza”.

Ao analisar o atual elenco do Bahia, o ex-goleiro Emerson destaca qualidades do time e a vantagem construída no campeonato. “É um time com condições de ser campeão. Está unido e focado”, afirma. Ele também elogia o trabalho do treinador Paulo Roberto Falcão, que tenta conquistar o seu primeiro título como técnico, depois de sete anos trabalhando em clubes e seleções desde 1990.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário