O psicanalista e o jornalista

Estive sobre a terrível influência de uma jornalista que me confidenciou na Folha de São Paulo, comparando a ação do psicanalista e o jornalista, que os jornalista são “escrotos”. Enquanto este no afã de obter confissões do estrevistado mostra-se atencioso a sua causa sem obrigação de ajudar, aquele é pago obritadoriamente para ouvir as confissões do entrevistado e ajudar.

Ela afirmara que o jornalista deveria jogar seus escrúpulos na lama ao fingir interesse em ajudar o entrevistado e carregar sobre o que o entrevistado não gostaria de ser publicado. Essa entrevista na Folha, na verdade, preparava-me para escrever uma coluna mais incisiva sobre o jornalismo corporativo, o pausterizado e forjado nas universidades em que se pretende chegar a notícia através da busca da verdade.

A verdade que pretendem então deveria formar formadores da “verdade”. Segundo esse entendimento deve prevalecer uma informação objetiva sobre o fato. Nesse modo de ver prevaleceria então o bom e o justo, questões subjetivas seriam então minimizadas e o efeito da notícia sempre informativo. A problematização dessa verdade obtida do fato com a minoração da subjetividade humana no entanto é o que dialeticamente tem diminuído a credibilidade do jornalismo corporativo.

O cinismo, a falta de criatividade e a falta de bom-humor se tornam então o produto final da notícia em que pretende-se anular a experiência individuaal, a emoção e o sentimento do jornalista para transformá-lo nesse massa padronizada de notícias que não acrescentam nada e nunca mais serão lembradas por ninguém (muito acertadamente minha mulher refere-se a Fátima Bernardes como “robozinho”).

No futebol, então, em que deveria prevalecer o conteúdo emocional, procura-se anular a subjetividade e substituí-la por códigos de ética contaminadas pela ideologia de mercado que produz com igualdade a imbecilidade noticiada todos dias que alimentam massas conformadas. O hábito de abrir os jornais, a informação, então migra para projetos menos conceituas do jornalismo corporativo, e a internet com blogs e sítios cada vez mais anárquicos e livres se tornam revolucionários.

A tendência é essa! O blog futebolbahiano.com cresceu com essa liberdade de informar sem deformar as subjetividades dos protagonistas que aqui participam. Dessa forma educada então prefiro continuar brincando com vocês, leitores, a cinicamente negar minha forma de ser. Encontrando paz apenas por medo de não ser o produto final que estão acostumados a preecher em seus rótulos meus principais críticos me ajudam a ser mais criativo. Dessa paz que procura se conformar com o medo eu não quero. Enquanto for permitido ser autêntico e criativo continuarei defendendo o que acho mais livre de rótulos.

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