A farsa da democracia no Bahia

Surpreendeu a todos a nótícia de que o Bahia, na verdade, ainda teria uma espécie de colégio eleitoral viciado para eleger seu presidente em 2011. Isto porque os sócios deverão votar somente numa segunda etapa. A primeita etapa constará de um colégio eleitoral muito pouco representativo em relação aos anseios da torcida e da maioria dos sócios. Assim, duas únicas chapas deverão ser escolhidas pelo conselho, dominado por amigos e partentes dos “eternos”, para só então, numa segunda etapa, os sócios votarem.

Sem dúvida, é um retrocesso ao que estávamos esperando, como também ao que foi divulgado por todos os meios de comunicação, quando num hotel em Salvador foi feito um balanço de gestão e apresentadas as contas e a lista de conselheiros. Para todos que pensavam e criaram expectativas que em 2011 teria o torcedor do Bahia o direito de escolher seu presidente foi um grande banho de água fria, pois esse modelo sugere um controle do clube pelos “eternos”, e não um filtro para a preservação da instituição.

Isso demonstra como estavam certas as fontes do radialista Marcio Mártins ao anunciar antecipadamente que não teríamos eleições diretas no Bahia em 2011 e a que palavra de nosso presidente pouco valia, uma vez que o Bahia não tinha nunca cogitado fazer eleições diretas para a eleição de seu novo presidente em 2011. A verdade, agora, veio a tona e criou um sentimento muito parecido quando na história do nosso país foram sepultadas as vozes das ruas e o movimento “Diretas Já”.

A pergunta que todos se fazem, agora, é até que ponto a farsa vai adiante. Quem será que vai colocar sua mão no fogo para empenhá-la por quem nunca teve vontade de transformar o Bahia num clube cuja representatividade fosse tão só a de seus sócios? Ficou muito incerto o futuro do Bahia. A assembléia geral em que acontecerá a votação do nosso Estatuto ficou prejudicada, no mínimo. A oposição não vai aceitar o novo Estatuo como está agora.

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