Ele tem no sobrenome o Silva de tantos brasileiros, antes pouco falado e até hoje desprezado, mesmo mostrando sua competência. Podíamos dizer que para muitos o que falta no atual técnico do Vitória é um nome. Mas isso podemos arranjar fácil! Ricardo, coração de leão. Que tal? Sim, meus amigos rubro-negros, Ricardo Silva deu coração ao time rubro-negro. Voltaram a acreditar que dentro do leão pulsa um elenco de qualidade, antes desacreditado. Agora, ao contrário do rival Bahia quase morto, o comandante rubro-negro reinventou o time do Vitória dentro do campeonato baiano em meio a pseudo-crises, e o deixa na liderança.
O Vitória vive agora num círculo virtuoso comandado pelo técnico que tem Silva no sobrenome pouco valorizado, mas que tem a competência de poucos para levar o barco rubro-negro vencendo os faróis da desconfiança sem deixar desaprumar o barco nem esticar a vela.
Ricardo Silva, hoje, é a única unanimidade inteligente na Bahia esportiva. Seu mérito está claro: é um bom marinheiro que prefere ser uma referência em números, muito menos preocupado com frases de efeito midiático. Ele tem agora o que poucos técnicos conseguem: 100% de aproveitamento em duas competições distintas.
Já foram 7 jogos com sete vitórias consecutivas desde a última derrota do Vitória no campeonato baiano. Vocês já repararam como o técnico do Bahia tem se saído bem com as palavras para explicar maus resultados? Na verdade, técnico bom é quando ele não fala. Curvam-se apenas aos resultados em campo.
Qual é o mistério desse bom marinheiro com Silva no nome e o coração de leão? Torcedor do Vitória acostumado a ver seu time comandado por outros grandes técnicos que começaram no Vitória, Franciel Cruz, em seu último texto se rende a capacidade de motivação e linguagem simples do atual comandante do rubro-negro: ”Para que não diga que só faço me gabar, termino esta transmissão confessando um erro: Eu pensei e acreditei que, em algum momento, a nossa diretoria fosse tomar juízo e efetivar Ricardo Silva.” A torcida do Vitória se rende, enfim, a beleza da simplicidade.
Creio que tenhamos, hoje, um decisão muito difícil para os dirigentes rubro-negros que correm o risco de chamar Paulo César Carpegiane para comandar o rubro-negro em detrimento de Ricardo Silva e sua nau num rumo seguro e conhecido dos 100% de aproveitamento. Trazer Carpegiane agora virou o risco de perder a capacidade e maestria em aproveitamento de Ricardo Silva. A torcida do Vitória não foi sondada pela diretoria para dividir o sucesso ou a culpa de ter que afastar Ricardo Silva.
A permanência de Ricardo Silva deveria ser cogitada num referendo junto a torcida do leão da barra, onde o marinheiro que parece não se importar em defender seu emprego possa ser escolhido pela arquibancada, sonho da democracia direta. Ele é simples e apenas fala a língua do futebol que joga bola para frente em busca de gols, por isso ganha.
Ele foge, assim, da mentalidade da maioria dos técnicos brasileiros que neurotizam como nunca o medo de perder para compensar sua insegurança em arriscar. Por isso tudo deixo em paz meus amigos rubro-negros da minha Bahia do meu Bahêa para que, caso Ricardo Silva não sirva para o Vitória, possa o Bahia ver a possibilidade de contratar o marinheiro Ricardo Silva, que não é um marinheiro de primeira viagem como querem, o técnico do Vitória mostrou que é seguro e gosta de ganhar. ´