Com passagens por Botafogo, Bahia e São Paulo, entre outros clubes do futebol brasileiro, o lateral-direito Régis tinha tudo para ter uma carreira de sucesso. Oportunidades não faltaram, mas ele acabou entrando no mundo das drogas e envolvido em polêmicas. Em entrevista ao ge.globo, o jogador contou como começou o vício e admite que se arrependeu e que poderia ter tido uma carreira bem mais longa se tivesse se cuidado.
Em 2015, quando atuava pelo RB Brasil, Régis começou a ter contato com o álcool. Depois, passou a experimentar outras drogas, como a cocaína. Em 2017, chegou a vestir a camisa do Bahia, mas a passagem foi rápida, disputando apenas dois jogos. Em 2018, após se destacar no Campeonato Paulista pelo São Bento, foi contratado pelo São Paulo, onde ficou apenas sete meses, atuando 15 vezes.
“Estava no Red Bull Bragantino recebendo meus vencimentos sem estar jogando. Eu me permiti viver como qualquer outra pessoa. Você tem curiosidade com as coisas e não está preparado para aquilo e vai tomando uma proporção muito grande, infelizmente. Confesso que não foi uma boa escolha, poderia ter tido uma carreira bem mais longa se tivesse me cuidado no extracampo”, disse Régis, em entrevista ao ge.
Régis revelou que a rescisão contratual no São Paulo foi por conta dos seguidos problemas extracampo causados pela dependência química.
“Comecei a beber demais e aproveitar muito fora de casa. Acabei aprofundando demais com as más companhias e não tinha muitas boas amizades nesse período. Confesso que não foi há muitos anos, foi com 25, 26 anos que tive a primeira experiência. Infelizmente tomou uma proporção grande por ser uma pessoa pública, jogar em times grandes e muitas vezes os clubes para se blindar jogavam para o jogador e diziam não ter nada a ver com isso”.
“Tudo aconteceu depois que saí do São Paulo. Sempre foi uma projeção de carreira, sempre quis estar lá por tudo que tinha de referência. Fiquei um mês para entender onde estava, tinha feito um campeonato extraordinário e tive propostas de inúmeros clubes grandes, mas o São Paulo era a minha prioridade. Foi muito frustrante a forma como saí, não foi por deficiência técnica, mas por erros causados por mim mesmo. Isso me causou uma depressão, tinha perdido a maior chance da minha vida, então acho que não faz sentido me sacrificar tanto pelo futebol”, declarou o lateral.
Houve também problemas por embriaguez ao volante, posse de droga e resistência à prisão, além de uma tentativa de invasão ao apartamento de um vizinho e um motel.
“Não vou entrar em detalhes porque é algo que passou, mas aconteceram algumas situações. As pessoas potencializam e me olham como criminoso, um drogado e isso machuca muito. Não sou assim. Nasci para brilhar dentro dos campos, mas passou e deixo que as pessoas tirem suas próprias conclusões. Quanto mais você explica parece que tá querendo explicar o inexplicável”, disse Régis.