Na última terça feira o Correio publicou uma pesquisa sobre o torcedor de futebol em Salvador em parceria com a empresa Futura, com o objetivo de identificar o perfil do soteropolitano em relação às suas preferências clubísticas, e como ele está vendo o desempenho e as deficiências do futebol local. A pesquisa que seguiu rigorosos critérios estatísticos pode ser acessada por completa no link (aqui), onde maiores detalhes, e até algumas curiosidades são mostradas.
Para não me estender nos comentários, faço apenas duas observações que saltaram aos olhos, a primeira em relação a diferença entre torcedores do Bahia e do Vitória. Em função do domínio tricolor em um passado um tanto que distante, ainda é nítida a superioridade numérica de seus adeptos. Um claro indício desse fator é que na faixa dos “cinqüentões”, para cada 6 rubro negros, existem 15 tricolores. Já nas faixas dos mais novos, abaixo dos 30 anos, de cada 6 rubro negros existem 7 tricolores. E o simples motivo do fator “herança” ser o mais determinante na escolha do time do coração explica o fato de não termos maioria rubro-negra dentre os mais jovens, já que nos últimos 20 anos o domínio do Vitória foi inconteste. No computo geral, segundo a pesquisa, hoje tem 5 torcedores do Vitória para cada 7 do Bahia.
A outra observação se refere a uma maior adesão dos mais novos ao futebol local, mostrando que mesmo com o futebol baiano sofrendo bastante nos últimos anos em função das màs administrações dos clubes e da federação, existe uma tendência do soteropolitano valorizar mais os times da terra. Enquanto cidades como Belo Horizonte e Porto Alegre tem mais de 95% de seus habitantes que torcem para os time locais, em Salvador somos apenas 71%. A boa notícia é justamente que o quadro está mudando, enquanto para os habitantes na faixa de 50 anos apenas 61% torcem para Bahia e Vitória, a juventude (16 a 19 anos) mostra uma adesão superior a 82%.
É esperado que novas pesquisas sejam realizadas para conhecermos cada vez melhor o nosso torcedor, e que, mais importante ainda, os nossos dirigentes consigam aproveitá-las identificando como enfrentar os principais problemas para que o nosso futebol cresça cada vez mais.
Victor Hugo