Eu tenho acompanhado atentamente a oportunidade que se apresenta no momento e a opinião contrária que vem sendo disseminada nos meios de comunicação midiáticos. Vivemos uma época em que “quem não tem competência se estabelece” e é reeleito. O modelo de clube com “dono” no mundo inteiro se estabeleceu e deu resultado, não um dono que não esteja apto, ou que simplesmente queira obter o status de ter um time de futebol, mas um dono que vise o sucesso de sua empresa, que vise lucro, lucro sim, porque não? Quem quer ter lucro investe, melhora seus quadros, busca resultados.
Precisamos acabar com o pensamento provinciano de que tudo nos pertence, somos torcedores, temos amor pelo clube, somos na verdade patrimônio do clube e não os gerenciadores dele. Torcedor tem o hábito de achar que o clube pertence a ele, e não pertence, é uma empresa, “especial, mais não passa de uma empresa” que tem quem mande, quem use como cabide político e outras intensões afins. É como no Brasil o petróleo que dizem de maneira errada ” o petróleo é nosso”, nosso de quem ó cara pálida, se quando temos a necessidade de uso temos que pagar, e caro.
O mesmo princípio se aplica ao clube de futebol. Você diz, queremos tais jogadores no clube, contratem que a torcida paga, e o dirigente vai lá e traz uns pernas de pau em lugar daqueles que a torcida queria. Então não me venham dizer que a torcida manda no clube porque não manda em nada. além de que quando você tem um dono, pelo perfil dele você já sabe o que vem pela frente e não fica na incerteza do que fará o presidente eleito para o primeiro triênio, ou como agirá o seu substituto.
Nos grandes centros do futebol no país existem apaixonados torcedores que se tornam investidores incondicionais dos seus clubes do coração, mas na Bahia, ou no nordeste não temos este tipo de torcedor, nem grandes empresas que tenham este perfil. Então estaremos sempre, vendendo o almoço para pagar o jantar. E uma amostra clara deste exemplo dado agora é o desmanche total do time.
Jogadores com futuro promissor que tornar-se-iam ativos do clube deixam de serem adquiridos definitivamente por uma política de “pés no chão”, ora esses “pés no chão nos conduziram de volta a segunda divisão do futebol brasileiro e como está sendo conduzido este processo não nos deixa perspectiva de retorno tão cedo.
Aos meus apaixonados parceiros de torcida deixo uma reflexão: Perdemos Messias para o Ceará por não fazer leilão, David para o Fortaleza pelo mesmo motivo, muitos outros atletas que foram especulados ou oferecidos ao Bahia não foram contratados porque o Presidente não iria fazer loucuras. E o resultado está aí, SEGUNDA DIVISÃO. Estamos seguindo os mesmos passo do Vitória, e tudo isso por uma política de “pés no chão” e por essa política estamos literalmente com os pés descalços, sujos, enlamaçados.
Necessitamos urgentemente de investimento, investidores, e se for necessário que venha a SAF, com planejamento sério, com projetos sólidos e com capacidade de montagem de um elenco, não somente para retornar a primeira divisão, mas para ser campeão da segunda, pois o acesso é a composição dos resultados positivos, mas o título é a afirmação de um retorno fortalecido.
Juscelino Santiago Dos Santos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.