Caso BA-VI: É Justiça de Pai pra Filho ou Justiça de Torcedor pra Clube?

Caso BA-VI: É Justiça de Pai pra Filho ou Justiça de Torcedor pra Clube?

Caso BA-VI: É Justiça de Pai pra Filho ou Justiça de Torcedor pra Clube?
Texto: Marcos Guimarães

Todos os amigos devem ter acompanhado o desfecho do julgamento que ocorreu na noite de ontem, dia 09/03/2018 na FBF.

Pelo que vimos não aconteceram grandes modificações em relação ao primeiro julgamento porém notamos que, assim como certo profissional de imprensa não demonstra pudor e nem vergonha de mostrar e demonstrar o time para o qual torce, alguns auditores agem da mesma forma e assim demonstrando, a meu ver, que não merecem nenhuma credibilidade pelas palavras que proferiu durante o julgamento.

Assim se comportou o Sr.Fábio Periandro, então auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia na Federação Baiana de Futebol pregando o “dois pesos, duas medidas”. E este foi além, pedindo a pena máxima para o Esporte Clube Vitória, talvez já sabendo que o resultado lhe seria desfavorável, um autêntico jogo de cartas marcadas um julgamento onde tentou fazer parecer punir exemplarmente uma das partes enquanto a outra parte, talvez na posição de vítima na estória passou incólume, e ocorreu-me um fato interessante: Em nenhum momento abordou-se sobre o real responsável por toda a confusão. Falo do Sr.Vinícius, o qual está fazendo história.

O ex-tricolor Fernandão gostou da dancinha e a imitou pra sua própria torcida na Turquia (Nem foi para o time adversário).    Como lá as coisas são tratadas com seriedade e não com bagunça, não só tomou uma punição de dois jogos, como também tomou uma punição no próprio bolso.   Essa é a diferença entre uma justiça séria e outra de várzea que age como se fosse torcida.

Portanto, faltou seriedade e isenção aos Excelentíssimos Auditores do TJD-BA por que alguns declaradamente tricolores puniram demais a um e abanaram a cabeça do outro. MAS NO STJD a estória será diferente.  Eles também são torcedores, mas certamente serão isentos para fazer um julgamento a luz de provas constantes no processo como deveria ser também na Bahia.  Junto com essas palavras recebemos em redes sociais as palavras de um estudante de direito Sr. Pedro de Almeida Reis sobre o que aconteceu durante o julgamento, o qual caso venha a ler este texto nos permita reproduzir suas palavras com os devidos créditos.

Segue abaixo:

“Como estudante de Direito, pela primeira vez, tive a oportunidade de acompanhar um julgamento desportivo, área que pretendo me especializar. O que posso dizer, como futuro operador do Direito e torcedor do Vitória que sou, foi que saí absolutamente estarrecido com o que vi. Uma tentativa vil e irresponsável de atingir ao Vitória, e através do TJD, decidir os rumos do Campeonato Baiano de 2018.

No julgamento havido ontem, no Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia, uma cena curiosa chamou a atenção dos presentes. Atrasado, ingressou apressado à sala do Tribunal Pleno um de seus auditores integrantes, o Dr. Fábio Periandro. A sua chegada é então comemorada efusivamente por um de seus pares, o Dr. João Paulo Souza. O Dr. Periandro o cumprimenta, assim como a outros, e toma o seu lugar à mesa. Com tranquilidade, retira do bolso do seu paletó o seu aparelho celular, devidamente “trajado” com uma capa protetora do “terceiro interessado” no processo, o Esporte Clube Bahia, e tranquilamente, à vista de todos, o manuseia, até que, alertado por um colega, atenta-se para o fato e retira a capa do aparelho.

A cena relatada acima poderia ser entendida com absoluta naturalidade. Afinal, é de conhecimento público e notório que o Dr. Fábio Periandro não apenas é torcedor histórico do Bahia; mais do que isso, o Dr. Periandro é ainda integrante do Conselho Deliberativo do Esporte Clube Bahia. Até então, o que se vira ali naquele momento nada mais era do que o que já era sabido de todos. O que não se imaginava, todavia, é que naquele momento, presente ali, estava não o auditor; mas um torcedor, cego, apaixonado, imparcial e tendencioso.

O que se viu, durante o julgamento, foi de revirar o estômago. A legislação Desportiva rasgada, os princípios de Direito ignorados e as provas do processo jogadas no lixo.

Sobre a Procuradoria, um adendo. O Procurador do caso, à evidência, esqueceu que, tendo os fatos natureza recíproca em relação a Bahia e Vitória, posto que mútuas as agressões, foram da denúncia Tanto Bahia quanto o Vitória. Como já havia feito quando da apresentação da denúncia – deixou de denunciar diversos jogadores do Bahia flagrados pelas câmeras praticando as mesmas agressões que os atletas do Vitória, a exemplo de Zé Rafael e Mena – em sua manifestação, simplesmente limitou-se a requerer a condenação do Vitória e o aumento das penas dos atletas desse clube. E esqueceu do Bahia…

Aliás, sobre esquecimento, esqueceu o procurador de denunciar Zé Rafael, Mena, o Bahia pela depredação do estádio… E Por fim, esqueceu de interpor recurso contra Vinícius. Entendeu, ao final, que ao pivô da confusão, dois jogos de suspensão foram suficientes.

Sobre Vinícius, curiosamente, nas palavras do Dr. João Paulo Souza, “VÍTIMA”. Pasmem, mas foi o que disse o Dr. João Paulo, devidamente acompanhado, como sempre, pelo Dr. Periandro. Segundo ambos, não fora Vinícius o autor de qualquer ato passível de punição, razão pela qual, inclusive, votaram juntos pela absolvição de Vinícius. E complementaram: “Não podemos punir Vinícius porque esse, aqui, é a vítima, o agredido, e não o agressor”.

Precisaram, por esse entendimento, ser repreendidos por outros auditores presentes, e lembrados das provocações perpetradas por Vinícius contra mães e irmãs de atletas nos dias que antederam o clássico; que o atleta Vinícius não procurou a câmera, mas ao contrário, se dirigiu à torcida do Vitória; dos gestos obscenos e palavras de baixo calão proferidas; das regras da Fifa que proíbem tal ato; dentre outro. E por fim, foram devidamente alertados pelo Dr. Márcio Martins: “que bom que o Fernando Miguel foi até o Vinícius. Se não fosse ele, poderia ter sido toda a torcida do Vitória”. E ao final, ainda lembrou o Dr. Zé Gomes: “homenageando Vinícius uma semana depois, pelos mesmos atos, foi punido o atacante Fernandão na Turquia”. E olhe que lá, foi apenas a dança, completamente descontextualizada; e perante a sua própria torcida, e não a do adversário.

Em resumo, somente um torcedor do Bahia, cego e apaixonado, poderia entender que, diante de todos os fatos, Vinícius é a “vítima”.

Mas voltando ao Dr. Periandro, impressionou muito o nível de paixão envolvida nos pedidos de condenação referentes ao Vitória e aos seus representados, sempre acompanhado pelo seu par, o Dr. João Paulo Souza, outro torcedor histórico do Bahia, registre-se. E para ser mais objetivo, vou passar inclusive em branco pelas suas defesas efusivas quanto à aceitação no processo do Bahia como terceiro interessado e quanto às provas “imparciais” produzidas nos autos pelo Esporte Clube Bahia. Vamos aos votos do Dr, Fábio Periandro:

Sobre os votos do Dr. Periandro atinentes ao Bahia: ao Vinícius, a “vítima”, absolvição. Lucas Fonseca, absolvição. Condenação apenas para dois dos jogadores reservas do seu time de coração denunciados: Edson e Rodrigo Becão.

Sobre os votos do Dr. Periandro atinentes ao Vitória (se preparem porque a lista será extensa): Kanu, pena máxima em relação a agressão física; condenação também em ameaça; e por esse artigo, pena máxima ainda em suspensão em dias e pena máxima em aplicação de multa. Yago, pena máxima. Denilson, pena máxima. Rhayner, pena máxima. O técnico Vagner Mancini, pena máxima. Ramon, que já havia inclusive sido absolvido e assim permaneceu (haviam outros auditores na turma com o mínimo de lucidez, felizmente), pena máxima. Bruno Bispo, que já havia igualmente sido absolvido e assim também permaneceu, pena máxima. E como se não bastasse, disse ainda que aplicaria também a pena máxima ao goleiro Fernando Miguel, tivesse a Procuradoria recorrido em relação à pena desse atleta.

Não fosse tudo isso suficiente, votou pela pena máxima também ao Esporte Clube Vitória: multa no valor maior valor possível, de 100 mil reais; exclusão da competição; e rebaixamento. A paixão do Dr. Periandro chegou a essa ponto: votar sozinho, isoladamente, no Tribunal, pela exclusão do Vitória do campeonato. Daí o resultado do julgamento nesse ponto: 7 x 1. Que poderia muito bem ser assim transcrito: TJD 7 x 1 FÁBIO PERIANDRO.

No resultado dos votos do Dr. Periandro, o que se revelou ali foi o sentimento de um torcedor fanático, parcial e comprometido institucionalmente com o seu clube do coração. É o que revelou, aliás, não apenas dos votos; mas principalmente dos argumentos utilizados para fundamentá-los.

Houvesse o Dr. Fábio Periandro decidido sozinho o julgamento, o resultado que teríamos hoje seria o Vitória punido no valor teto em relação à multa, excluído e rebaixado da competição; suspenso o técnico da equipe, Vagner Mancini; e suspensos também 7 jogadores titulares da equipe do Vitória. Já o Bahia, seria punido, apenas, com a suspensão de 2 jogadores reservas.

Qual seria o propósito disso, Dr. Fábio Periandro???

Ao Dr. Fábio Periandro, para encerrar por aqui, fica uma mensagem: naquele momento em que entrou atrasado ao Tribunal, juntamente com a capinha do seu celular, tivesse também retirado a camisa do Bahia que inconscientemente (ou conscientemente) trajava. E em que pese os seus votos e entendimentos, o Bahia não será campeão baiano. Não, certamente, através do Tribunal de Justiça Desportiva.

Salvador, 10 de março de 2018.

Pedro de Almeida Reis
Estudante de Direito”

Marcos Guimarães, torcedor do Vitória, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.

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Redação Futebol Baiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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