Se existe alguma verdade em toda essa vergonha (#vergonha foi a palavra mais comentada na Bahia na noite de 26/2/2018) é que O Vitória merece o título baiano. Ele é o que melhor representa o Ednaldão e talvez por isso tenha recebido quase todos os títulos das mãos do presidente Ednaldo Rodrigues. Mas ontem, não foi o presidente da FBF quem mostrou a face mais triste do “futebó” da Bahia. Foi, novamente, o TJD-BA. O mesmo Tribunal que não julgou o caso Victor Ramos, dessa vez, conseguiu ser Trending Topics no Twitter nacional.
Mas de 1999 você não fala…
“Ah, lá vem torcedor do Bahia querendo ser o paladino da justiça. Mas em 1999…”. Nesse ponto é bom lembrar algumas coisas. Em 1999, para os mais novos que não viveram ou os mais velhos que não se lembram, a Torcida do Bahia repudiou a decisão do Presidente. O Bahia havia vencido o rival por 2×0 na Fonte Nova, com gols de Uéslei e Clébson, e estava bem demais para conseguir o título. Mas o presidente Tiririca fez uma palhaçada judicializando a final por uma questão de ego. Era ele querendo provar que tinha mais força que Paulo Carneiro na Justiça. E conseguiu. A ação popular do Bahia (representado pelo Clube Itapagipe que alegava falta de segurança no Barradão) foi acatada na Justiça comum, porém o Vitória não cumpriu a decisão judicial e se juntou com a FBF. Assim, o Bahia venceu por W.O. na Fonte Nova, com juiz e tudo, enquanto o rival comemorava o título sozinho, com os gatos pingados no Barradão. Uma palhaçada épica. A guerra de egos era tão grande, que Tiririca colocou um time junior num bavi só porque o presidente do rival tinha feito a mesma coisa. Patético.
De volta para o futuro.
O espetáculo dantesco do TJD-BA, em 2018, foi algo ainda pior. Primeiro por não aceitar o Bahia como Terceiro Interessado do processo que poderia levar até ao rebaixamento do rival, pelos atos do Bavi. Depois, não aceitou a perita em leitura labial, contratada pelo Tricolor, que fez uma análise de 7 dias sobre o que havia dito Mancini durante a partida (clique aqui para ler o excelente trabalho, em vão, da perita Valéria Leal). Assim, ela foi ouvida como testemunha, mas não como perita. Só rindo J. Logo, o auditor não aceitou as perguntas formuladas pelo advogado do Tricolor à perita, anulando totalmente a necessidade dela estar ali, a não ser para deixar a cara de farsa, ainda mais evidente.
Naquele momento ficava claro o que aconteceria mais à frente. As testemunhas da promotoria, não foram. Creio eu, com medo da repercussão e das ameaças sofridas, por eles, e até mesmo pelo procurador original do caso. Mais uma vergonha.
A coisa estava tão fácil, que a advogada do rubro-negro baiano dispensou a testemunha de defesa. Pra quê, né?
Então, vamos ao resultado do julgamento.
Mancini, que foi nitidamente desmascarado pelas imagens, pelos gestos dele na conversa com Ramon, pela reportagem apresentada, pelos três peritos em leitura labial e não soube responder o que ele havia dito no vídeo para o procurador. Resultado: absolvido por unanimidade.
Bruno Bispo, que forçou a própria expulsão, pra dar fim a partida, também foi absolvido.
Kanu pegou 10 jogos, no Baiano, pelas agressões. Só pra fins de comparação, Kleber do Coritiba pegou 15 jogos por cuspir em Edson.
Fernando Miguel, que começou a confusão, absolvido.
Vinicius punido com 2 jogos de suspensão por dançar na comemoração.
Edson pegou o mesmo gancho de Rhayner, Denilson e Becão.
Lucas Fonseca e André Lima, absolvidos.
Aí veio a cereja da pizz…, digo, do bolo. O Vitória foi duramente punido, de acordo com o seu Vice Presidente, em pagar 100 mil reais. Um absurdo, já que o técnico e o jogador que provocara a última expulsão pra resultar no fim da partida, foram inocentados. Deveriam recorrer.
Ou seja, o Bahia precisa tomar vergonha na cara e assumir que é persona non grata na farsa do Ednaldão. Cai fora e pronto, véi. Você só atrapalha, Tricolor. O baba é dos caras. Foi assim com Vuaden e Daronco retaliando a ousadia do Bahia em denunciar a farsa da inscrição do jogador que foi inscrito em 3 times diferentes no mesmo dia (Palmeiras na FIFA, Vitória na FBF e Monterrey na CBF). O mesmo jogador que disputou última partida do campeonato brasileiro de 2016 jogando pelos dois times (pelo Vitória no sistema da CBF e Campeão Brasileiro pelo Palmeiras, como consta no sistema da FIFA). Agora nesse julgamento vergonhoso, protagonizado pelo TJD-BA, ficou evidente, o óbvio. O Vitória é a Cara do Ednaldão. Eles se merecem. Coloca o time Sub20, nos dois próximos jogos, sai da competição na primeira fase e vamos pensar no Campeonato do Nordeste, como no ano passado. Bem melhor, mais rentável, e até aqui, menos vergonhoso que o falido Ednaldão.