Em ofício enviado para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Bahiana de Futebol (FBF) na última segunda-feira, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou a manutenção da torcida única para os clássicos Ba-Vis que serão disputados na temporada 2024, pelo Campeonato Baiano, Copa do Nordeste e Campeonato Brasileiro da Série A.
De acordo com o Ministério Público da Bahia, a decisão para a permanência da torcida única foi tomada após reunião entre representantes dos clubes, FBF e Polícia Militar. Ainda segundo o MP-BA todos os envolvidos defenderam que a medida, que acontece desde 2017, continuasse.
Em contato ao ge.globo, o Bahia informou que seguiu as orientações passadas pela polícia e pelo MP na reunião entre as partes. Já o Vitória, através do vice-presidente Djalma Abreu, disse que não foi consultado pelo Ministério Público e afirmou ser a favor da volta da torcida mista.
“Eu, particularmente, não fui consultado para essa decisão. Tanto eu como Fábio Mota sempre discutimos e sentamos para conversar. Sempre fomos a favor da torcida mista. Nós vamos ter Vitória e Flamengo, Vitória e Corinthians, Vitória e Fluminense no Barradão? Por que não Vitória e Bahia? Não vejo porquê. Nossa torcida é ordeira, nossa população baiana é ordeira”, garante Djalma.
O presidente da FBF, Ricardo Lima, se pronunciou e afirmou que está à disposição para a volta da torcida mista. “Todos nós crescemos e nos acostumamos a ver estádios cheios, com festas das duas torcidas, alegria, confraternização. O futebol é isso, é união, celebração. A presença de torcidas de Bahia e Vitória em um Ba-Vi engrandece o clássico, fortalece os clubes e o futebol baiano. Mas, todos sabemos que isso exige uma colaboração de todos, principalmente dos torcedores, para que episódios de violência não manchem nosso esporte. Futebol não combina com violência. A FBF está à disposição das autoridades para colaborar com o que for preciso na busca pelo entendimento que nos permita voltar a ir a um estádio, assistir a um jogo ao lado de um amigo ou um parente que torça para um clube que não seja o mesmo que o meu. Mas precisamos levar em consideração alguns fatores, como o alinhamento com a Polícia Militar e o Ministério Público, o que é imprescindível. Eles têm a expertise, sabem o que é melhor para nossa segurança e como devemos retornar. Não devemos ter pressa, pois estamos tratando de vidas”, disse Ricardo Lima.