Paiva volta a defender trabalho e pede paciência: ‘Querem o Bahia de 88’

"Estamos começando um projeto novo. As pessoas querem o Bahia de 1988. Não é assim"

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

O Esporte Clube Bahia não vence há cinco jogos, sendo quatro pela Série A e um pela Copa do Brasil. São 3 derrotas e 2 empates. No Brasileirão, o tricolor amarga a 16ª colocação, com 7 pontos, mesma pontuação do Goiás, que abre a zona de rebaixamento. Em oito jogos, foram apenas dois triunfos, um empate e cinco derrotas, pior campanha da história do Esquadrão na era dos pontos corridos até a oitava rodada. Apesar do momento ruim, o técnico Renato Paiva voltou a defender o trabalho e frisou que é um projeto a longo prazo.

 

“É trabalhar. O mesmo sentido de trabalho. Estamos começando um projeto novo. As pessoas querem o Bahia de 1988. Não é assim. Vai ser daqui a um, dois, três anos. Não é já. Se fosse já seria um milagre com 20 jogadores novos. Perdemos para o Bragantino onde nunca se ganhou, para o líder Botafogo, para o Flamengo da forma que perdemos, para o Santos, no pior jogo da temporada. Para mim, nenhum adversário foi superior a nós, a não ser o Santos e o Bragantino em algum momento. Nos outros, olhos nos olhos, algumas vezes melhor, algumas vezes pior. É isso que tenho que analisar como treinador”.

Apesar da má fase, o treinador enxerga um crescimento na equipe em campo. “Os números em jogo indicam que estamos crescendo como equipe. Falta sedimentar isso, afirmar isso, com gols. Eu não marco gols. Isso é fato. Mas meus jogadores também não falham de propósito. Eu dou para eles todo o mérito naquilo que eles fazem dentro de campo. Muito orgulhoso do trabalho deles”, disse Paiva.

Paiva opinou sobre a pressão por resultados no futebol brasileiro e disse ser um erro, citando alguns exemplos, como Luís Castro no Botafogo, que lidera a Série A.

“Estou no Brasil para trabalhar, mas não sou obrigado a concordar com tudo que se passa no Brasil. Para mim, isso é um erro claro e que está influenciando o futebol brasileiro. A Seleção Brasileira não é campeã do mundo há um tempo e é o país que melhores jogadores gera. Devia estar sempre nas finais e nas decisões. As pessoas olham para o jogo dessa forma, eu não posso controlar isso. Tenho que controlar a forma como eu olho”, avaliou.

“Abel Ferreira, quando eu vim jogar aqui contra o Palmeiras pelo Independiente del Valle, o Abel estava na corda bamba para ser despedido. Ganhou, e a partir daí disparou e fez a carreira que fez. Luís Castro, nos primeiros meses, passou por confusão, hoje é líder do campeonato. Fernando Diniz, para não dizer que eu falo só de portugueses, também tem uma carreira a subir a pulso. Muito criticado e hoje dá as cartas no futebol brasileiro. Ou seja, é dar tempo ao trabalho. Deem tempo ao trabalho. Se não tiver tempo, como podemos provar”, completou Renato Paiva.

Por fim, Renato Paiva justificou que tem encontrado mais dificuldades no trabalho à frente do Bahia porque está em meio ao início de um novo projeto. Essa é a primeira temporada do Tricolor após a venda de 90% da SAF do clube ao Grupo City.

“E volto a dizer, se eu tivesse vindo treinar o Palmeiras, eu não ia pedir tempo. Todo tempo que peço aqui, é porque o Palmeiras tem uma equipe montada, com ideia de jogo definida. Era chegar e aproveitar o que já está bem feito. Eu cheguei em uma realidade com tudo do zero. Esse é o ano zero, e vamos passar por problemas. Vai ser um caminho duro, mas estou aqui para fazer. Os começos são difíceis”, finalizou Paiva.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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