Em entrevista recente ao site Globo Esporte, o presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani esclareceu a regra de transição proposta pela Libra, que tem gerado resistência da LFF (Liga Forte Futebol). De acordo com a reportagem, a receita atual dos clubes com o Campeonato Brasileiro gira em torno de R$ 2 bilhões. Pelos cálculos da Libra, a partir do momento que esse montante atingir R$ 2.7 bilhões, a diferença entre o primeiro e o último da fila de arrecadação começa a cair gradativamente até que a receita chegue ao patamar de R$ 4 bilhões, ou se completem cinco anos. A partir daí, vale integralmente o novo modelo com uma diferença final de 3.4 vezes entre o primeiro e o último da fila das receitas.
“A conta da Libra é feita de uma forma que a distância do primeiro para o último diminui gradativamente de acordo com o aumento da receita. A trava não é R$ 4 bilhões, é R$ 2.7 bilhões, e, a partir daí, a diferença já começa a cair absurdamente. É só olhar a planilha. Então na verdade o que estamos fazendo é uma regra de transição, que é conectada ao mundo real. Não é perfeito. Para mim, o que não fica muito claro, muito reto na minha opinião, é defender um modelo que na prática é inexequível. Porque se Flamengo e Corinthians a qualquer conglomerado de mídia, eles terão algo parecido com o que há hoje”.
“Acredito que teremos um futebol brasileiro capaz de arrecadar mais e dividir melhor a receita. Mas, repetindo, não acredito em um sistema Robin Hood, ilusório, de que teremos uma revolução no futebol brasileiro. Não há uma crise que justifique a gente entender que vai romper com a lógica e promover justiça ao extremo. Eu gostaria muito que a diferença entre o primeiro e o último fosse de 2, ou 1.5, mas não é algo factível. Estamos chegando na Libra a um modelo bem razoável”.
“De todas as partes, acho que a gente precisa se desarmar um pouco e ouvir coisas assim, a gente só vai adiante se o nosso investidor continuar. Ouvi isso dos dois lados. Gente, com todo respeito e admiração que tenho pelo nosso investidor, Mubadala, que tem participado bastante, mas se a melhor forma de constituir a liga for sem Mubadala, vai sem Mubadala. Primeiro o que é bom para os clubes, depois o que pode ser bom para quem está no entorno. Depois, só depois. Então acho que temos de nos desarmar cada vez mais, entender que um tem pontos críticos em relação ao outro e isso é normal, mas a gente está muito perto de uma conta econômica que se aplica às pretensões de cada um. Se cada hora que avançamos surgem outras coisas, tem de olhar criticamente se faz isso para ter uma liga perfeita, ou para não ter a liga. E também é legítimo, só que tem de ser mais explícito”.
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