“Não quero ser herói, mas não sou bandido”, dispara Bellintani

Presidente tricolor utilizou exemplo do Vitória, que enfrentou várias mudanças no mandato do clube

Foto: Divulgação/Felipe Oliveira/EC Bahia

O Esporte Clube Bahia realizou, na manhã do último sábado (30), a Assembleia Geral de Sócios, na Arena Fonte Nova. A reunião acabou com a conclusão das contas do clube referentes a 2021. Em um dos momentos de fala do presidente Guilherme Bellintani, ele comentou sobre as críticas recebidas pela torcida em função de sua condução no comando da agremiação.

 

“Golpismo no Bahia não cabe mais. Posso ter sido o pior presidente. Mas não sou ladrão. E tenho que terminar o meu mandato. E o meu maior legado é saber resistir no momento de maior dor. E dói para caramba”,  analisou o mandatário.

As críticas e protestos da torcida tricolor começaram a se intensificar desde a temporada 2021. Na ocasião, o ponto principal acarretou mediante o rebaixamento do time para a Série B do Campeonato Brasileiro.

Um dos manifestos mais assíduos aconteceram por uma tentativa de impeachment por causa do tempo gerado para finalizar a contratação de um novo gestor de futebol.

Ainda na avaliação como gestor do Bahia, Bellintani citou o Vitória, que enfrentou seis modificações de mandato nas últimas seis temporadas.

“Talvez o meu grande legado no Bahia seja não ter renunciado no momento em que eu fui ameaçado, com protesto na parte na frente da minha casa, pessoas dizendo que iriam me matar. Se eu renuncio, o Bahia vira o nosso rival, com todo respeito a eles, que tem seis, sete, oito presidentes em cinco anos. É gestão, mas falta de continuidade da gestão. Quando a gente falha para caramba, não somos bandidos, não somos marginais. Não leva a lugar nenhum um presidente a cada seis meses. Eu compreendo a mágoa do torcedor, um ‘fora Bellintani’. Mas, a partir do momento que há ameaça institucional de um pedido de impeachment no Conselho Deliberativo por não termos contratado diretor de futebol, essas pessoas são irresponsáveis. O que querem é tirar momento de fragilidade. E vão acontecer outros para se promover. Tirar um presidente no exercício da sua gestão sem nada é afrontar a democracia.”

Na concepção de Bellintani, a administração da sua gestão não engloba heroísmo tal qual bandidagem. “Reforço: não existem bandidos e heróis na história da democracia do Bahia. Vocês nunca me viram criticar um ex-presidente do clube publicamente. Nunca me viram bater em processos preciosos. Não quero ser herói, mas não sou bandido. Tenho noção exata do que sou: largar atividades profissionais e se dedicar ao clube. Foi escolha minha.”

Com pouco tempo para lamentações ou comemorações, o Esquadrão de Aço retorna ao gramado nesta terça-feira (3). O adversário será o Londrina, às 19h, na Arena Fonte Nova, pela 6ª rodada da Segunda Divisão do certame nacional.

Autor(a)

Pedro Moraes

Jornalista, formado pela Universidade Salvador (Unifacs). Possui passagens em vários ramos da comunicação, com destaques para impresso, sites e agências de Salvador e São Paulo. Contato: pedrohmoraessjorn@gmail.com

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