Tecnologia 5G: Internet mira customização de transmissões esportivas

Geração pode gerar exibições estáveis ou sem atrasos (delays), assim como exibir imagens em microcâmeras instaladas nos juízes dos jogos

Reprodução Internet

A aplicação do árbitro de vídeo (VAR) nos últimos anos configurou uma mudança significativa no futebol mundial. Nesse sentido, há outra projeção de transformação no esporte mais popular do mundo. O próximo passo pode ser a implementação da tecnologia 5G – a 5ª geração de internet móvel. Denominada de 5ª geração de internet móvel, ela possibilitaria, por exemplo, assistir aos jogos de casa com a sensação de estar em campo ou nas arquibancadas. Além disso, perceber se um lance duvidoso teria sido bem assinalado ou não.

 

“Uma vez especificados esses padrões, fabricantes de dispositivos conseguem produzir aparelhos compatíveis com a tecnologia, permitindo que as redes de celular sejam implantadas e os dispositivos de diversos fabricantes acessem essa rede usando a tecnologia 5G”, contou o professor do Instituto de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Luiz Bittencourt, em entrevista ao Estadão.

De acordo com especialistas, o 5G poderá proporcionar tanto transmissão estável ou sem atrasos – os famosos delays -, como a transmissão em tempo real. Outros benefícios serão as experiências provocadas pela tecnologia de Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA).

A princípio, a startup LiveMode, transmite e comercializa direitos de jogos do Campeonato Paulista e da Copa do Nordeste. De acordo com o Head da empresa, Ricardo Souto, o processo de produção de jogos de futebol no Brasil ainda precisa de uma tecnologia que não está veiculada à internet.

“A produção dos eventos esportivos”, explica Souto, “é feita via satélite”. Ou seja: “Câmeras são instaladas na beira do campo, transformando o ambiente em um grande estúdio. Os sinais dessas imagens são levados até uma unidade móvel, que recebe e sobe esses sinais para um satélite em órbita. Do satélite, as imagens são enviadas de volta às emissoras que detêm os direitos de transmissão, que chegam à casa das pessoas por meio dos aparelhos”, analisa.

Por consequência, a nova rede pode possibilitar, por exemplo, a instalação de uma microcâmera no juiz, o que geraria ao espectador a chance de assistir ao jogo pelos ‘olhos’ do profissional, presente dentro das quatro linhas.

“Essas possibilidades vão surgindo conforme se vai aumentando a transmissão de mais dados para além daquela imagem vertical e horizontal bidimensional que a gente vê em um jogo”, afirma Bruno Maia, professor de marketing da PUC-Rio e fundador e CEO da Feel the Match, startup que desenvolve negócios e propriedades de conteúdos ao esporte. “Quando o 5G começar a ser testado, vão se criar milhões de possibilidades de interações. Você pode, com muito mais facilidade, ter uma transmissão em que o espectador escolhe três formas diferentes de assistir ao mesmo jogo de futebol, por exemplo”, destaca Maia.

Autor(a)

Pedro Moraes

Jornalista, formado pela Universidade Salvador (Unifacs). Possui passagens em vários ramos da comunicação, com destaques para impresso, sites e agências de Salvador e São Paulo. Contato: pedrohmoraessjorn@gmail.com

Deixe seu comentário