Após se passarem 11 rodadas do Campeonato Brasileiro e com o empate insosso contra o time reserva do Cruzeiro, que veio a Salvador com um time quase sub 20, um resultado que realmente não é admissível aos olhos da torcida que tem visto a equipe se portar de modo tão acanhado em nossos domínios. Chama-me atenção que em todas as entrevistas que tenho acompanhado de técnicos de times adversários quando vem jogar em Salvador, seja de qualquer equipe que seja, os mesmos consideram o empate um bom resultado e por vezes quando perdem acham justo ter perdido da equipe do Bahia. Diante do panorama exposto, vejo que apesar da inesperada e doída eliminação da Copa do Brasil, a postura da equipe dentro de casa tem que ser menos tímida e menos respeitosa contra qualquer equipe que aqui vier nos enfrentar.
Nos últimos jogos a falta de imposição do time em campo incomoda, além disso, a postura conservadora em campo não deve estar presente em jogos do Bahia dentro da Fonte Nova e em algumas ocasiões fora de casa também. Aqui, o jogo deve ser proposto, as linhas não podem ficar tão baixas e não é possível aceitar tanto o jogo dos visitantes dentro dos nossos domínios, há que se dizer que NENHUMA equipe deve se sentir confortável jogando em nosso campo.
Num campeonato pautado na regularidade não é admissível que se perca pontos em casa, a não ser que seja numa situação inusitada ou extraordinária, via de regra temos que brocar. Aí vem a pergunta: Porque temos que ter triunfos em casa?
Primeiro associo a realidade do Bahia a de uma empresa que está com seus compromissos honrados em dia para com seus colaboradores, e que num cenário onde vário times se encontram em atraso de pagamento, cobrar por um melhor desempenho esportivo é papel da diretoria sim e deve ser feito porque está honrando com seu compromisso.
Os sócios nesse contexto funcionam como acionistas dessa “empresa” e por investir nessa paixão diretamente devem cobrar, pois tem a via direta e legal para fazê-lo. Vejo os torcedores que não são sócios, mas que são tão apaixonados quanto os associados referendam o coro geral e soam uma voz potente dessa cobrança com papel tão fundamental quanto aos associados. SOMOS TODOS MUITO IMPORTANTES NESSE SENTIDO!!!!
Em que pese termos a 14ª orçamento entre os times da Série A, já estamos acostumados com o funcionamento da competição e sabemos de toda a dificuldade que envolve sua disputa, logo, Não critico o trabalho de Roger Machado, pois na média de pontuação estamos a apenas a 2 pontos do G6, mas a 5 do do G4. Contudo o choque de realidade ainda não foi dado, fato é que, na minha humilde opinião, o treinador em certos momentos, não entende o real status que Bahia se encontra no cenário nacional, ainda olha do time com a visão que tinha de fora pra dentro, não de dentro pra fora como deve ser.
O Bahia já se consolidou nacionalmente após o marasmo em que se afundara antes da intervenção e não cabe mais ser posto em pé de inferioridade quanto no que se refere a competitividade do time, não importa quem seja o adversário dentro ou fora de casa. Mas O FATOR CASA, em especial, deve ser o primordial, pois os pontos somados em casa são o diferencial para a manutenção da posição e as partidas fora são o complemento da solidez na tabela para rumar ao G6.
Com os novos jogadores que aí estão creio que o equilíbrio da equipe retornará e o time voltará a evoluir, mas tudo passa por uma questão de postura, de ambição, afinal quem quer triunfar não pode ser temeroso e muito menos deixar de ousar nos jogos. Não podemos mais depender de uma única jogada baseada em contra-atraque, tem que variar o jogo de modo diferente do que já foi feito, mudar, surpreender, ousar e confundir o adversário, em suma variar o repertório.
Por fim, temos uma semana cheia para treinamentos, já se passou a ressaca da eliminação e é hora de se preparar pra buscar fora de casa uma recuperação dos pontos perdidos contra Santos e Cruzeiro. Que sejam feitos os devidos ajustes para encarar a Chapecoense no domingo e voltar a pontuar, de preferência com um triunfo para encarar o Flamengo e Palmeiras nas duas rodadas subsequentes, com menos pressão e mais tranquilidade.
BBMP
Diego Campos, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.