Mesmo com uma equipe alternativa, o Bahia não tomou conhecimento do Bahia de Feira e, com autoridade mas também se aproveitando das fragilidades do adversário, atropelou sem dó nem piedade o Xará na noite desta quarta-feira no estádio de Pituaçu em jogo de um time só. Com o ataque inspirado, o argentino Allione “endiabrado” e Gustagol em dia de artilheiro, o Tricolor passeou no primeiro tempo, fez três gols e poderia ter feito mais, no segundo não quis saber de acomodação ou administrar o resultado, manteve o embalo e repetiu o mesmo placar da etapa inicial, no total, um impiedoso 6 a 0 fora o baile. Os gols foram marcados por Gustavo (duas vezes de cebaça e com dois passes de Allione), Diego Rosa (duas vezes), Allione (com passe de Gustavo) e o jovem Kaynan.
Em um primeiro tempo tranquilo, sem sustos ou sobressaltos, e com cara de jogo-treino de pré-temporada, o Bahia passeou em campo, mandou na partida, dominou todas as ações e o mais importante: Jogou e não deixou o Bahia de Feira jogar. A defesa não teve tanto trabalho, só foi ameaçada com perigo UMA única vez aos 29 minutos com o atacante Marclei, xará do meu parceiro e tricolor Marcley Herbert, de Santo Antônio de Jesus, que hoje não vai dormi de tanta felicidade. Fora isso, só deu Esquadrão de Aço que se aproveitou das fragilidades do Xará de Feira e do ataque em noite inspirada para “matar” o jogo com uma vantagem justa. 3×0, com gols de Gustavo (duas vezes de cabeça e Diego Rosa). Foram 12 finalizações dos mandantes contra apenas 1 dos visitantes.
Na segunda etapa, o Bahia não quis saber de administrar o resultado, manteve o ritmo acelerado e continuou sufocando o pobre Bahia de Feira, que parecia desnorteado em campo sem saber o que fazer. Sem preocupações defensivas e com muita facilidade e liberdade para jogar, o Esquadrão aumentou o placar com o “garçom” Allione aos 5 minutos, cortando a defesa e finalizando com frieza, e repetindo o feito aos 16 com Diego Rosa aproveitando passe de Gustavo e aos 33 com o jovem Kaynan, que entrou no decorrer do segundo tempo, marcando de cabeça após um chute de Éder que virou um cruzamento.
O grande nome da partida, além de Gustavo, foi o meia argentino Allione, honrando a camisa 8 que um dia foi de Bobô, muito participativo e jogando com liberdade, comandou o meio de campo, deu uma canseira nos defensores, articulou e criou inúmeras situações ofensivas e presenteou por duas vezes o atacante Gustagol (mostrando que pode ameaçar a titularidade do brocador Hernane), além de ter deixado o dele.
Com atuação de gala, o gringo definitivamente caiu nas graças da torcida. Isso tudo sem estar ainda 100% fisicamente. Outro ponto positivo foi o setor defensivo (formada por três atletas da base) que, apesar de não ter tido muito trabalho, mostrou segurança e mais uma vez passou em branco somando 450 minutos sem ser vazada. Éder (atuando de lateral-direito), Becão e Juninho, inclusive, o último autor do passe para o gol de Diego Rosa.
É difícil apontar um ponto negativo, ou julgar algum atleta, quando o time aplica uma impiedosa goleada de 6 a 0. Mas deixo um questionamento no ar. Com tantos gols, o que dizer de Renato Cajá que passou em branco, não fez gol e não deu assistência? Participou das triangulações, é verdade, mas pelo que recebe, esperamos muito mais. O triunfo coloca o Bahia na liderança, ainda que provisória, do Campeonato Baiano, agora com 7 pontos em 3 jogos, ultrapassando o Vitória que não jogou na rodada e tem 6 pontos em 2 jogos. No domingo, agora pela Copa do Nordeste, o Esquadrão encara o Altos, do Piauí.