Estava a procurar algo para escrever, uma só notícia boa para o futebol baiano, pois as últimas notícias mais repetidas na mídia foram o massacre de inocentes nos EUA e a vitória do Corinthians. Aqui em Recife, como na Bahia, não temos muito o que comemorar no final desse ano, nossos clubes continuam reféns de um sistema onde a justiça passa ao largo e os interesses econômicos sempre vencem.
Mas, o que falar além dos mais apaixonados sobre o título do Vitória no sub-20 senão repetir sobre o ineditismo do título e a força das divisões de base dos nosso clubes? Nada. O futebol praticado na Bahia ainda depende muito do Estado, não funciona com uma maior proximidade com sua torcida e afasta o torcedor das decisões mais importantes dos clubes.
Muitos justificam essa situação pela pobreza da região nordeste, com todo o tipo de conclusões que geralmente não levam em conta a maior participação do nordeste no PIB brasileiro. O Bahia e o Vitória, por exemplo, é uma marca que depende de contratos firmados com empresas que não patrocinariam os clubes baianos isoladamente. Isso é uma fato que demonstra a falta de força da marca para valer a pena para empresa um investimento desse porte.
O Bahia, principalmente, seria o clube mais vocacionado para puxar, como carro chefe, bons patrocínios, pois tem mais torcedores que Botafogo e Fluminense, mas ao contrário do que acontece no sul e sudeste, não consegue o Bahia projetar sua marca além da Bahia por causa de uma dificuldade de ter receitas próprias, independentes de patrocinadores. Quem não gostaria de patrocinar um clube baiano com 50.000 sócios no Brasil?
Essa fragilidade e pouca visibilidade do futebol baiano é por causa dos nossos dirigentes. Não possuem o discernimento necessário para conseguir uma vitória sobre seu coronelismo e afastar seus métodos de concentração de poder para lugares mais atrasados do país. O Bahia é um fenômeno midiático, está provado quando ascendeu. Não existe justificativa para tanta demora com a democratização clube.