A possível paralisação do futebol no Brasil segue sendo debatido nos programas esportivos. Grêmio, Internacional e Juventude pediram o adiamento de todas as partidas da Série A, mas os demais clubes e patrocinadores não chegaram um consenso com a CBF. O Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, também solicitou a suspensão temporária das competições organizadas pela CBF.
Por enquanto, o que está definido é que os clubes gaúchos não jogarão pelos próximos 20 dias. O Campeonato Brasileiro segue acontecendo e a rodada do final de semana permanece agendada, mesmo com toda pressão para a paralisação. Grêmio e Internacional se recusam a treinar e jogar em outro estado, ideia que já foi levada para o debate. De acordo com Ednaldo Rodrigues, a paralisação depende de um consenso entre todos os clubes.
Durante o programa da Jovem Pan Esportes, o jornalista Mauro Cézar falou sobre o assunto e alertou os clubes sobre uma possível paralisação do Brasileirão. Ele frisou que a paralisação vai gerar um problema econômico para os clubes e uma série de pessoas que trabalham no futebol, e citou como exemplo o Vitória, que vem se reestruturando nos últimos anos financeiramente.
“Em momento algum eu disse que as pessoas tem que virar as costas para o que acontece no Rio Grande do Sul e para a sua população. Pelo contrário, o que eu falei aqui foi o futebol continuando em atividade no Brasil você pode direcionar parte do dinheiro que ele gera para ajudar essas pessoas, e a paralisação não gera nada a não ser algo simbólico, parâmetros e solidariedade, mas nada. Eu acho que é muito melhor que os times joguem. Os clubes tem que seguir jogando, não tem outro jeito, gente. Não tem outro jeito”.
“Se para o campeonato, Palmeiras e Flamengo por exemplo, então tudo bem, eles conseguem segurar dois meses, um mês, sei lá quanto tempo sem jogar. Vamos imaginar a situação, vou pegar um exemplo de um clube, o Vitória do Vampeta, que vem da terceira para a segunda, da segunda para a primeira em alguns anos. O Vitória teria estrutura financeira para ficar cuidando de todas as suas despesas, seu elenco, seus funcionários parado, sei lá quanto tempo? Então você vai trazer novos problemas para outros clubes que poderiam, mesmo que não tenham tanto dinheiro quanto Flamengo e Palmeiras, em atividade fazer campanha com seus torcedores, arrecadar dinheiro, arrecadar mantimentos para mandar para o povo do Rio Grande do Sul. Então o que vejo é uma grande confusão e o bloqueio a qualquer debate a respeito disso por meio de tentativa de cancelamento e de ridículas covardes, distorções do que é falado”.
“Existem situações de desastres naturais, de conflitos, que afetam o futebol, e os campeonatos não param porque você vai gerar um problema econômico para uma série de pessoas que trabalham nos clubes. Gente, o futebol é um segmento da economia, não é só um entretenimento infantil, não. Pelo contrário, muita gente trabalha diretamente nos clubes. Então, o pensamento tem que ser mais abrangente e menos populista, menos demagógico. Agora, a preocupação de alguns parece que é mais esportiva. Tem gente mais preocupada com a situação do Grêmio e do Inter no campeonato do que com a enchente. Isso é secundário. O prejuízo desses clubes, infelizmente, é inevitável”.