Baêa, Salvador merece ser feliz.

Neste domingo, o Esporte Clube Bahia vai atrás de mais um título de glória, verdade que será apenas mais um entre seus 44 títulos domésticos. Sua decepcionante trajetória neste ano, não alimenta o otimismo de seu torcedor. O sombrio texto de Maurício – Torcedor do Bahia: passado e futuro – talvez seja o que melhor traduz a alma tricolor neste momento. Mas há um problema. Se a trajetória do Bahia foi vergonhosa, a do rival foi menos desonrosa apenas milimetricamente. 

A tradição do Bahia e o fato de ele ser a grande paixão desta cidade, fazem com que seus fracassos obscureçam a falta de qualidade dos rivais. Apenas os rubro-negros, que tentam construir uma tradição e conquistar o amor da cidade e que sonham com um mundo sem o Esquadrão de Aço, apostam com a razão e não apenas com o coração, no franco favoritismo de seu time. Mas deixemo-los para lá. Conhecemos as histórias dos entusiasmos deles, elas já provocaram momentos dignos de ópera-bufa… 

O Bahia entra em campo desacreditado pela razão de seu torcedor, apenas o coração deste apostará naquele. Porém, nesta disputa, não é necessário o torcedor tricolor jogar fora a razão. Será um “mata-mata” entre um extremamente ruim e outro muito ruim, isto significa que nenhum resultado será ilógico, porque ele não será absurdo, pois nenhum resultado ferirá as leis da Lógica. Por quê? Porque o favoritismo não é derivado do histórico de confrontos – sejam estes recentes ou longínquos; tenham sido eles muitos ou poucos. 

A estatística tem seus limites. O favoritismo é derivado do fato de um dos times ter qualidade suficiente para neutralizar o outro, o que não é o caso de nenhum dos times envolvidos no jogo deste domingo. Quando dois times excelentes se confrontam, todos são unânimes em dizer que não há franco favorito, que a partida pode ser desequilibrada por este ou aquele jogador, pela torcida ou pelos acidentes de percurso. 

Em termos lógicos, o mesmo raciocínio vale quando dois times ruins se confrontam. Alguém que acompanhou a Copa do Nordeste e o Campeonato local tem alguma dúvida de que a falta de qualidade dos times baianos é absoluta? 

A camisa tricolor ainda vale alguma coisa e o time do Bahia tem de saber de sua responsabilidade com a cidade, que há meses está entristecida. Salvador é conhecida pela sua alegria, e o Brasil inteiro sabe qual é o motivo desta alegria: o Esporte Clube Bahia. 

Portanto, Baêa, está na hora de devolver a alegria da cidade. 

Numa disputa entre desqualificados, eu ainda sou mais o Tricolor de Aço.

Dinensen

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