E.C Bahia: É hora de transformar a Tempestade em Bonança 

"precisamos dos jogadores postura de vencedor, de time que odeia a derrota"

Foto: Leticia Martins/EC Bahia

Há algum tempo não escrevo aqui no Futebol Bahiano, mas, diante do panorama, resolvi fazê-lo. Fato que estamos numa maré braba e parece que o time frutuoso do começo do campeonato se encontra num abismo de ideias, falta de inspiração e de resolver os jogos com o que produz, porque sejamos honestos, o Bahia cria muito e na hora de definir fica a ver navios.

Vivemos uma contradição nessa parte da campanha do Bahia, pois nesse recorte sombrio de 6 jogos sem triunfos, estamos passando por esse turbilhão numa posição de primeira parte de tabela. Isso não tira a responsabilidade dos dirigentes, do técnico e dos jogadores, pois foram eles que acabaram por nos encher de esperança com uma bela campanha de primeiro turno, ainda que nos frustrassem nessa ultima parte.

Dos vários fatores de declínio, podemos citar a teimosia de Rogério com certas convicções, a demora de leitura de jogo em momentos cruciais, o declínio de atletas que estavam rendendo e a falta de reposição a altura e o mais importante: ser fatal na hora de marcar os gols. Fato é que temos um elenco enxuto, com boas peças sim, mas insuficiente pra jornada exaustiva que o Brasileirão impõe as equipes.

Num time que joga sem proteção de na frente da zaga e com a 7ª pior defesa do campeonato brasileiro, não se pode manter a convicção que, mesmo num time que cria e tenha posse de bola, hoje mais estéril que produtiva, não podemos abrir mão de pelo menos um volante de contenção a frente da zaga, que em geral, fica em desvantagem quando atacada, justamente por falta desse ajuste defensivo ou dessa peça na equipe.

O Bahia precisa de Variação tática, de saber adaptar-se às outras equipes, é preciso o fator surpresa, fazer diferente do que o adversário já sabe que vamos fazer, não ser burocrático confiando somente nos lampejos de um e outro. Nessa esteira, Everton Ribeiro é o exemplo de Regularidade por ser diferente, talentoso, mas com atitude de vencedor, sem apatia e jogando em alto nível mesmo sendo um veterano, ao contrário de uns e outros. A referencia deve ser seguida por todos, a mentalidade vencedora está aqui, tem que se incomodar com derrotas, não achar que está tudo as mil maravilhas.

Além disso, Sabemos também que nosso banco tem peças que, simplesmente não se sabe como estão ali fazendo parte do elenco, são como elefantes em árvores, com empresários muito bem articulados que os vendem caro, sendo que estes atletas que nada rendem “roubam” inclusive as oportunidades de atletas de base que se mostram muito melhores, mas, que por não possuir a grife, nem relacionados são, e custam aos cofres do clube polpudos salários, obstando a contratação de novas peças por possuir longos contratos.

A voz da torcida que ecoa, mostra que precisamos de um jogador decisivo, experimentado e que na hora de fazer os gols simplesmente os faça. Não posso de modo algum crucificar o recém chegado Lucho por uma jornada infeliz, e realmente foi, contudo, são 5 anos de contrato por vir. Nessa linha faço por um recorte, a titulo de exemplo pra ilustrar o imediatismo, em 2022 um tal de Oscar Ruiz, chegou em 2022, meteu gol na primeira partida, contra o ABC na Copa do Nordeste e caiu nas graças da torcida, e depois disso nada mais ofereceu ao clube. O exemplo é só para mostrar que não existe uma receita exata pra que as coisas acontecem no futebol.

Somos eternos apaixonados, torcedores que se doem com derrotas e temos que cobrar sim, pois esse time tem investimento recorde, aporte, estrutura e pode muito mais que isso com certeza. Precisamos de pelo menos 4 reforços, não contratações a esmo ou refugos pra dar satisfação à torcida sabendo que há dinheiro, scouts, staffs e outras porra mais a disposição para isso, só não vejo vontade de colocar em prática por parte do City Group para consolidar o que estava dando certo na primeira parte do campeonato.

Temos mais duas decisões, na quarta e no domingo, precisamos dos jogadores postura de vencedor, de time que odeia a derrota, não que se conforme com elas, para que possamos seguir na Copa BR e desenterrar “a cabeça de jegue” que nos acompanha no Brasileirão nesses últimos dias. Talento sem esforço é só talento sem ação.

Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano. 

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