Fala, Nação Tricolor. Na subida da ladeira da Fonte, com meu filho e meu sobrinho (teoricamente, um rubronegro), ele me fez um pedido especial: tio, compra a camisa do Bahia pra mim? Aí, amigo, eu podia tá só com o dinheiro do buzu, e mesmo assim eu compraria a piratex. Ele escolheu a Tricolor e lá fomos nós 3 para a Fonte Nova, enfrentar o temido líder do Brasileirão. E que jogão ele escolheu pra virar Bahia.
A festa estava linda, com sol, fogos e aquela fumaça fedorenta tomando conta do estádio. E logo no começo do jogo uma surpresa. O líder do Campeonato veio muito mudado, diminuindo os espaços, mas o Bahia foi superior no primeiro tempo.
Cauly tabela com Jean Lucas, que chuta pra fora. Juba encontra Cauly que chuta, quase no mesmo lugar do chute do Jean Lucas. Juba cruza na cabeça de Everaldo, mas o goleiro dos caras tirou. Outro cruzamento pela esquerda e cabeçada errada deThaciano. E foi só.
Segundo tempo e o Botafogo resolveu mostrar o porquê era o líder, até ali, do campeonato. Que blitzkrieg, meus amigos.
Cabeçada fraca de Igor Jesus nas mãos de Marcos Felipe. E aí veio o lance que arrancou minha alma do corpo por um segundo. Luiz Henrique toca pra Igor, bate em Kanivis, sobra pra o Igor, ele avança, entra na área e se prepara pro chute. Eu só olhei pra Marcos Felipe, bicho. Ele fechou os braços e as pernas e no auge do meu otimismo, pensei: lascou-se. Mas aí surgiu Everton Ribeiro, no carrinho, pra interceptar o passe do cara. Bicho, esse lance valeu mais que um gol.
Marlon solta um míssil de fora da área e Marcos Felipe toca na bola antes dela explodir no travessão.
E aí, começam as cobranças: MUDA A PORRA DO TIME, ROGÉRIO! BOTA LUCHO, MIZÉRA! CADÊ RATÃO! CHUTA! CRUZA!
Um alívio: Árias faz um lançamento “com a mão” pra Thaciano, que larga um voleio lindo, mas pra fora.
De volta a programação normal: Cruzamento dos caras na área, cabeçada à queima-roupa e Marcos Felipe, de manchete, joga pro lado.
Escanteio pro Botafogo e de novo, Marcos Felipe. O goleiro do Bahia era o nome do jogo até que Ceni resolve mudar o time. Aos 22 minutos do segndo tempo.
Enfim, Ceni muda. Cauly e Everaldo saem de campo, aplaudidíssimos, e Ratão e Lucho entram. O jogo muda de novo.
Santi Árias acha Thaciano na marca do pênalti, ele chuta e o goleiro John Victor faz um milagre na Fonte Nova, na cara dos Orixás do Dique. Na volta, Jean Lucas chuta pra fora.
Árias, sempre ele, dá mais um passe magistral pra Ratão, que serve Jean Lucas, que ao invés de dar uma cacetada de canhota, tenta dar mais um drible, perde o ângulo e chuta em cima do goleiro.
Lucho dribla o zagueiro, toca pra Jean Lucas, que recua pra Everton, que encontra Árias livre de marcação. O lateral dá uma pancada e acontece o segundo milagre de John. A bola vai pro escanteio. Na cobrança, a bola sobra pra Lucho bater por baixo das pernas do zagueiro e o maldito do John executa o terceiro milagre, dando a ele o direito à canonização pelo Vaticano.
E fim de papo! A Torcida, que ainda estava eufórica com a blitz absurda do Bahia no fim do jogo, aplaudiu efusivamente o time ao final da partida. Que jogo! Que empate, meus amigos
BORA BAÊA MINHA PORRA!
Depois de eliminar o líder do Brasileirão da Copa do Brasil, derrubamos eles da liderança, também, ajudando o Fortaleza (obrigado por 2023, irmãos). Com o empate, o Bahia caiu pra 6º, mas segue muito bem, obrigado. ‘De quebra’, reacendeu a expectativa de fazer um grande jogo contra o Flamengo, pela Copa do Brasil. O mesmo Flamengo que venceu o RedBull, nesse domingo, que será nosso próximo adversário no Brasileirão. Vai pra cima dele, Esquadrão!