No longo dos anos torcendo pelo Bahia, que se diga: uma opção despachadamente para contrariar as orientações do meu pai e meu irmão mais velho, ambos “Leopoldos”. Um era sócio e o 2º além de sócio, era fiel colaborador financeiro e conselheiro ativo do Botafogo-BA, hoje infelizmente extinto, acabado e sepultado, acumulei alegrias que entraram e ficaram na história, e algumas derrotas que ainda hoje não foram esquecidas por completo, não pelo resultado em si ou suas consequências ou implicações para os respectivos torneios, e sim pelo enorme desamparo moral ocasionado pelo pancadão, especialmente numa época onde o destempero e a arrogância disfarçada de orgulho, era uma espécie de tatuagem bem no meio da cara e o sujeito não se apercebia, afinal já houve um tempo que ser Bahia significava ser valentão.
O Bahia foi campeão brasileiro em cima do Santos, venceu o time paulista por 3 x 2, é verdade, mas a minha primeira lembrança negativa foi justamente uma derrota para Santos pelo placar de 9 x 2, lá no Pacaembu em um jogo da 1ª Fase do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, onde até Douglas, que mais tarde viria a ser um dos maior ídolos do Bahia marcou para o Santos, já Pelé fez três.
Sem dúvida, uma partida que deu pra lá de 200 metros de deboches, gozações e piadas dura e cruel num período onde os desaforos eram diretos e retos na sua cara vindo de pessoas do convívios e não pelas redes sociais via ilustres desconhecidos apelidados disso e aquilo e que você de fato não está nem aí ou quer saber. Dos queridos amigos do site Futebol Baiano, acredito que somente o Paulinho Fernando, Flávio Andrade, Lourival de Paulo, Marcelo Borba (esse com certeza) Dinensen, Lite, talvez o Cangaceiro, ou quem sabe o Lázaro Sampaio, tenham sido vítimas daquele abalo moral terrível.
OUTRAS LEMBRANÇAS
Outras partidas marcantes de modo negativo aconteceram e deixaram lembranças, umas ainda vivas outras nem tanto, por exemplo. A derrota para o Figueirense que custou a eliminação do Campeonato Brasileiro no que não recordo ano, o jogo contra o Brasiliense que perdemos podendo empatar para subir que me custou pra lá de 60 dias com a alma atormentada de dia e especialmente à noite, as goleadas impostas pelo Vitória nos primeiros momentos da Fonte Nova vestida de arena, os 3 x 0 para o Boa Esporte no ano passado que funcionou como um autêntico coice depois da queda, aquele vexame horroroso de 7 x 0 para o Cruzeiro dentro da Fonte Nova, e outros de menor valor que já foram absorvidos e até removidos do recipiente das vagas lembranças, até por que, o bom do futebol é que não guardamos mágoas, fora isto, a história de glória no Esporte Clube Bahia não sofre ou jamais sofrerá arranhões permanentes.
No entanto, por pior que fosse o tamanho das derrotas todas citada acima, foram para clubes de alguma expressão, exceto o BOA, é claro. MAS a derrota de 2010 por 5 x 3 diante do inexpressivo Bahia de Feira, algoz do Vitória no ano seguinte em 2011, derrubando o Leão dentro do Barradão e levantando a taça de campeão baiano, digo mais, impedindo o inédito pentacampeonato estadual rubro-negro, este mesmo Bahia-FS é o adversário do tricolor nesta noite justamente no Estádio de Pituaçu e outra vez pelo Campeonato Baiano foi dura de descer. Era impensável, inimaginável uma derrota tão grande para um adversário estruturalmente tão pequeno.
Acredito até que foi a pior derrota do Bahia (digo: após o arco íris ser pintado) contra um clube do futebol da Bahia, fora, o Esporte Clube Vitória. Na sequência da competição, o Bahia de Renato Gaúcho, Edílson, Rodrigo Gral, Abedi e coisa e tal, se recuperou, mas jogou outras duas vezes com o próprio Bahia de Feira e não venceu, empatou ambas, emplacou uma sequência de 13 jogos de invencibilidade e nas finais, derrotou e foi derrotado pelo o Vitória e acabou perdendo o Campeonato desamparado pelo critério de desempate e o Leão se sagrou tetracampeão baiano.