Enderson desabafa após vice do Nordestão: ‘Se pudesse, a gente desaparecia’

“É desumano o que fazem com a gente, a maneira como que tratam a gente"

Foto: Rafael Bandeira/SCR

Assim como 2017 e 2022, o Sport desperdiçou novamente mais uma chance de conquistar o tetracampeonato da Copa do Nordeste. Após perder por 2 a 1 na Arena Castelão, o time pernambucano dominou na Ilha do Retiro, criou inúmeras chances, mas não soube aproveitar e venceu apenas por 1 a 0, perdendo o título na disputa por pênaltis, por 4 a 2. Vice-campeão em 2018 comandando o Bahia diante do Sampaio Corrêa, o técnico Enderson Moreira desabafou e chegou a falar sobre a importância da saúde mental no futebol.

 

O Sentimento que a gente tem em um momento desse é de… Se a gente pudesse desaparecer do mundo, acho que a gente desaparecia. O futebol cobra um preço muito forte do treinador. Tenho passado nesses últimos anos uma pressão absurda, uma saúde mental que está sendo cobrada muito forte. Vocês não têm ideia de como as palavras das pessoas e a pressão minam a gente. Meu sentimento é vontade de viver outras coisas, porque é um preço desumano que o futebol faz nesse país com quem quer ser sério”, iniciou Enderson.

“Não sou vagabundo, me preocupo com as coisas, eu sou do lado do clube, tento fazer o meu trabalho da melhor forma possível, me importo com as coisas, tento fazer o melhor com o que tenho, valorizo os atletas que estão comigo. Não fico falando ‘preciso de jogador’, nunca falei isso. Mas o futebol cobra demais”, falou Enderson.

“É desumano o que fazem com a gente, a maneira como que tratam a gente quando a gente não conquista. Talvez seja tão difícil para minha família quanto para mim. E me sinto responsável por essa torcida ter feito uma festa tão maravilhosa e a gente não conseguiu entregar o título para eles”, completou o treinador.

“Falei isso para eles: ‘lambam as feridas na quinta-feira e voltem renovados’. Quem quer grandes conquistas não pode baquear porque perdeu um título. Isso faz parte da nossa vida. A gente precisa, acima de tudo, ter força, coragem de enfrentamento. É isso que me faz continuar no futebol. É a minha coragem de enfrentamento. E é isso que estamos colocando para os atletas também”, finalizou o treinador.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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