Paiva valoriza título estadual, avalia trabalho e exalta torcida do Bahia

"Dedicar esse título à torcida. São eles que sofrem muito com clube", disse.

Foto: EC Bahia / Divulgação

O Esporte Clube Bahia amenizou um pouco a pressão pela eliminação precoce na Copa do Nordeste conquistando o título do Campeonato Baiano neste domingo (02), ao vencer o Jacuipense por 3 a 0 na Arena Fonte Nova. Em entrevista após a festa no gramado, o técnico Renato Paiva valorizou o título estadual e disse que o Bahia confirmou o seu favoritismo. Segundo o treinador, o time teve paciência para conseguir furar o bloqueio do Leão do Sisal. Os gols saíram apenas no segundo tempo, com Everaldo, Cauly e Jacaré.

 

“Pedimos paciência. O bloco do Jacuipense esteve mais baixo do que a gente esperava. Os jogadores não tiveram paciência para girar a bola e isso nos fez perder a bola algumas vezes, nos gerou intranquilidade. O que faltava era paciência para entender quando e onde entrar no bloco adversário. Não jogos sozinhos e não há finais fáceis. As folhas salariais não jogam. Se jogasse, o PSG ainda estava na Champions. É preciso respeitar os adversários. O meu colega montou muito bem a equipe dele. Mas eu sentia que depois do primeiro gol os espaços iriam aparecer e foi o que aconteceu. Continuamos a ser competentes no estadual. E hoje confirmamos o favoritismo”, explicou Renato Paiva.

O treinador dedicou o título também ao torcedor e afirmou que eles foram fundamentais para a conquista. “Independentemente do que digam da facilidade, título é título. Hoje entramos para a história do clube. O treinador sozinho não faz nada. Dedicar esse título à torcida. São eles que sofrem muito com clube, têm imensas alegrias com esse clube. A torcida, hoje, no momento pior, apareceu. Ela foi fundamental para dar força. E nós ganhamos títulos. Não há nada que mais nos orgulhe que olhar em volta e ver a alegria deles. E agora vamos continuar trabalho com o Brasileirão, com Copa do Brasil que vai afunilando. E nós vamos continuar nosso trabalho. Continuamos a precisar de tempo. A equipe ainda está longe do que queremos”.

O treinador tricolor também avaliou o trabalho e as críticas recebidas. “Jogam aqueles que entregam mais em treino, em jogo. Acho que sempre fui mal interpretado aqui. Meu pai foi preso pela ditadura em Portugal. Se meu pai imaginasse que eu era contra crítica, jamais olharia em minha cara. Me chamam de teimoso. Eu não posso, na questão da mudança do sistema tático, ser considerado teimoso por não fazer o que as pessoas acham que eu poderia fazer. Qual foi o momento para encontrar esse sistema? Quando tive esses jogadores. Não tinha o Kanu, Raul Gustavo…O Cicinho chegou depois, André foi para o Mundial. É uma comunidade no jogo e precisam se encontrar. A única que eu não posso aceitar é quando me insultam ou mal interpretam e manipulam as minhas palavras. Tenho respeito pela crítica”.

Durante a coletiva, Paiva tomou o tradicional “banho” dos jogadores e ironizou. “É o segundo choque térmico que tenho hoje. Olha que o coração está bom. Olha, aproveitar isso para dizer que de fato perdi o elenco. Me permitam ser um pouco mau. De fato os jogadores não gostam da gente. De fato eles sentem quando eu falo do erro individual. Perdi o elenco. Perdi o elenco e eles me deram um banho de gelo porque não gostam de mim. É só um desabafo”.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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