Renato Paiva é mais um técnico português que desembarca no futebol brasileiro, porém, na sua primeira entrevista como treinador do Esporte Clube Bahia, ele frisou que recusa “nacionalismos e bandeiras”, e que em qualquer profissão, o que importa é a qualidade e competência do profissional, independente da nacionalidade. No entanto, fez questão e elogiar Jorge Jesus e Abel Ferreira. O primeiro fez sucesso no Flamengo em 2019, enquanto o segundo está há dois anos no Palmeiras conquistando títulos importantes. Paiva, inclusive, revelou que faz videochamadas com Abel e já contou com a ajuda do treinador palmeirense antes de um jogo contra o Grêmio.
“É verdade que os treinadores portugueses têm um lastro grande, não só no Brasil. Mas no mundo. Fomos o 36º campeão português num campeonato; quando fomos campeões no Independiente Del Vale, 36 treinadores portugueses foram campeões em países diferentes. Mas recuso nacionalismos e bandeiras. Qualquer profissão é competência, qualidade. Haverá treinadores portugueses “menos bons” ou maus. Já há mesmo treinadores brasileiros de muita qualidade. Há muito essa discussão em torno das bandeiras e países. Mas olho para as profissões por talento, competência, qualidade e resultados, de títulos e qualidade de trabalho.”
“Título só ganha um; não quer dizer que todos os outros tenham trabalhado mal. Sou de um país, nos anos 80, um pouco da minha juventude sofreu influência de brasileiros que foram importantes na nossa formação. Gente que foi importante na evolução do futebol português. Para não falar de lendas como Ricardo Gomes, Ricardo Rocha.. Não sei número de jogadores brasileiros que foram fundamentais no crescimento do futebol português. Estamos aqui para o crescimento do futebol brasileiro, Bahia e Grupo City. Nosso também. Queremos aportar, trazer qualidade. Isso vai ter que ser o dia a dia e o trabalho que vai provar. Vejo por competência, não por nacionalidade.”
“Jorge Jesus eu tenho história desde que entrei no Benfica. Sempre fiz estágio de observações com os treinadores do plantel principal. E um treinador evidentemente eu observei, que foi Jorge Jesus. Ele teve certamente uma influência na minha forma de ver o jogo. Com o Abel, podemos fazer umas videochamadas com um quadro tático no fundo. Ele também me ajudou quando enfrentamos o Grêmio na fase prévia da Libertadores (período em que dirigiu o Del Valle). Ele tinha enfrentado o Grêmio pouco antes, acho que na final da Copa do Brasil, e nos ajudou com informações quando vencemos o Grêmio. Tenho influências fortes dessas pessoas.”
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