O tenebroso mês de julho para o Esporte Clube Bahia mostrou-se ser o mês do arame liso, o mês da fome dos atacantes do Bahia e da defesa peneira se sobrepor e voltar a nos assombrar como em 2020. Numa conta simples, em todo o mês de julho fizemos três gols e levamos onze. E agora começamos agosto perdendo, novamente sem marcar gol, tomando 1 a 0 do Sport. A culpa é da saída Thaciano e Juninho? Da suspensão de Daniel? Da falta de elenco? Difícil seria explicar esse cenário se não víssemos uma questão anímica acentuada para baixo e um pavor explícito enquanto time em campo ao saber que íamos enfrentar São Paulo, Flamengo e Atlético-MG, como se fossem monstros inatingíveis.
Estamos acuados em campo, com um técnico e uma diretoria que limita os atletas a pensar pequeno, e condicionam nossa participação em campeonatos ao fracasso, sem ao menos ambicionar vencer jogos contra equipes de maior investimento, nem incomodá-las em campo o fazem. NOSSAS METAS DE TIME SE RESTRINGEM AO ÓBVIO, NÃO PERMITEM TER A AMBIÇÃO DE BUSCAR COISAS MAIORES.
Infelizmente, quando um atleta de futebol se limita a só admitir que seu adversário seja mais forte e fica satisfeito por perder de pouco, se justificando que isso é normal, não pode ser considerado como um profissional. O conformismo dos jogadores é reflexo da ambição dessa diretoria que profere aos quatro ventos que quer um campeonato “OK”, não pode querer de seus atletas coisas melhores do que está sendo entregue hoje e vendem a ideia que o Bahia é um time que se satisfaz todo ano em conseguir os pontos necessários para fugir do rebaixamento e nada mais, além disso.
Um jogo de futebol é são de 11 contra 11 em campo, existem regras e logicamente é uma disputa não um aceite. Jogos se disputam e mesmo sendo inferior tecnicamente, é preciso competir. A cultura que o maior simplesmente pode atropelar sem ao menos que se faça alguma coisa está arraigada no E.C. BAHIA, uma cultura derrotista, letárgica e de aceitação se instaurou no nosso clube e está a nos levar a um patamar ridículo no cenário do futebol nacional e especialmente perante a torcida.
Time que joga para perder de pouco, sempre perde seja de pouco ou muito, a única coisa que não faz é ganhar, me envergonha torcer para um time que não procura agredir seu adversário e que chama o mesmo para bater em si, agindo como um “SPARRING” (aquele lutador de boxe contratado para apanhar em treinamentos). Temos um time SPARRING, QUE NÃO OUSA TENTAR FAZER NADA DIFERENTE E FICA O JOGO INTEIRO TOMANDO BORDOADA.
Enquanto o Bahia disputar campeonatos contando com derrotas como uma regra, sem ousadia, sem ambição de coisas maiores, seremos o arame liso que cerca e não machuca ninguém. A postura “APUTADA” não condiz com um clube de 90 anos de história. Estratégia de “SPARRING” não veste a camisa do Bahia, se limitar ao óbvio não representa o Esquadrão de Aço.
Hoje o torcedor do Bahia não tem maiores expectativas além do discurso oferecidos pela diretoria de austeridade financeira. A falta de preocupação com o futebol em campo afasta a torcida, os sócios entre outros que não querem um time que tem mentalidade de só participar dos campeonatos sem querer algo mais. Quem pensa pequeno não alcança maiores voos, apenas serve de escada para os outros pisar e ascender.
Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.