POR QUE PERSEGUEM TANTO O TÉCNICO DADO CAVALCANTI?

"A paciência não faz parte do futebol brasileiro, jamais fez ou fará"

Sempre digo que para se fazer uma boa feijoada é preciso de bons ingredientes, mas, nem sempre é possível. Às vezes eu acho que um sanduíche feito numa lanchonete perto da minha casa é muito mais gostoso que um feito em uma dessas grandes redes, que tem gosto de borracha, mas, por conta das grandes mídias só reconhecemos o grande e não valorizamos quem faz um trabalho de excelência sem muito alarde. E aquela cerveja do boteco do “Copo Sujo” que a gente acha deliciosa e bebe sempre, mas quando vai ao um grande evento quer beber uma amarguenta e ruim, mas que passa uma imagem mais apresentável à sociedade.

 

O que temos hoje no Esporte Clube Bahia é um treinador jovem, com boas ideias de jogo, tirando futebol de atletas que estavam contestadíssimos, com um vestiário dominado e sem picuinhas, que salvou o Bahia da segunda divisão em 2020 apenas mexendo nas peças que tinha, Campeão da Copa do Nordeste, classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil e na sétima colocação do Brasileirão na quarta rodada, com 7 pontos conquistados em 12 possíveis. Com poucas mudanças no elenco deu um padrão de jogo ao time e faz isso com um time com poucas peças de reposição, nesse louco calendário do futebol brasileiro.

Lembrando que Roger Machado, com toda sua expertise, ganhou um Baiano nas coxas e entregou o time para Mano Menezes que piorou a situação do que já era ruim. Mano entregou a Dado uma BUCHA DE SENA, com time na zona de rebaixamento e sem o mínimo padrão tático, além da pior defesa do campeonato até aquele momento e com nomes como Elias e Anderson Martins que com toda a pompa se mostraram apenas mais um gasto para o clube num momento de crise econômica.

Mas porque o torcedor do Bahia insiste em descer a muzenza em Dado Cavalcanti e nos jogadores que ele recuperou?

Acho que o E.C. Bahia hoje tem um time que precisa de peças de reposição, nas laterais, meio e ataque, e vejam só, não falo hoje da zaga, que embora não esteja perfeita, com a chegada de Conti conseguiu se organizar e ser mais confiável, recuperando o contestado Juninho, além do meia Rodriguinho e do atacante Rossi, que evoluíram com Dado. Além disso, promoveu o bom goleiro Matheus Teixeira, que foi pinçado do tão criticado time de transição, e se tornou decisivo na semifinal e final da Copa Nordeste. Matheus Bahia e Renan Guedes são jovens, em desenvolvimento, que quando entraram no fogo, além de não comprometer seguraram a onda por várias vezes, mas como não tem a grife não prestam. Lembrem-se cada vez que for criticar Matheus Bahia vocês estão pedindo que Capixaba entre em campo, avalie qual melhor cenário.

Dado tem o time na mão e, além disso, com o time mudado, rodando as peças que tem e tirando nomes como Conti e Patrick de Lucca, titulares, triunfando fora de casa contra o Ceará, nosso adversário maior segundo Rossi.

A paciência não faz parte do futebol brasileiro, jamais fez ou fará, mas, por vezes acabamos por acusar os errados e esses pagam o pato mesmo fazendo trabalhos bons. É uma opinião particular e não imediatista, pois conjunto vem com o tempo e jogadores jovens só pegam cancha estando em campo. Contratação não é uma ciência exata, mas quem critica o time de transição (num simples exemplo, a venda de Gustavo para Coreia, deu pra manter a folha do time de Transição por quase seis meses) não vê que ele fornece alguns atletas de barriga vazia, com os direitos econômicos vinculados ao clube, ou seja, ativos, que querem realmente jogar no Bahia, pois, já cansamos de ver medalhões apenas passear de bolsos cheios e com completo descompromisso à instituição, coisa que hoje não vejo, pois a imagem no Bahia no mercado só aumenta e isso vai fortalecendo a instituição.

Um trabalho amadurecido, nutrido com peças competitivas, que não sejam necessariamente famosos, mas que em campo trazem resultado é o caminho que o Bahia deve seguir sim, e, poucos que respeitam Dado, preferindo nomes que dão resultados em outros clubes e não aqui é um erro comum, é um fetiche de torcedor que não deve prosperar. Lembro que queríamos Ramirez, o técnico que foi para o Internacional, com toda a pompa, com o respaldo internacional, mas que já estava a cinco anos a frente do Del Valle e trabalhava com seus jogadores desde a divisão de base, mas que aqui não conseguiu fazer seu time jogar e foi demitido com 3 meses de trabalho.

Reitero, essa opinião é particular e fria e vejo que se colocarem mais peças nas mãos de Dado ele vai mais longe do que se pensa e vai quebrar a cara de certos negacionistas que só conseguem enxergar o pior dos trabalhos, jamais os bônus trazidos. O ano é longo, ainda há muita água pra rolar, ele também comete seus equívocos, normal quem não os comete, mas colocar certos pesos desmedidos em suas costas por conta de certas grifes, soa exagerado e desproposital para quem, em tão pouco tempo nos trouxe mais que certos ditos técnicos medalhões, com simplicidade e objetividade.

Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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