Radialista pede fio dental no futebol feminino, torcedora se revolta e registra queixa

ela relata que se "sentiu extremamente ofendida com aquela atitude"

O futebol feminino, com todo o esforço de mídia, ainda não foi capaz emplacar entre os torcedores. Tudo tem sido feito, inclusive sendo modalidade obrigatória e necessária para que clubes profissionais negociem débitos fiscais com governos. O motivo? Segundo especialista na área, o futebol feminino teria um alcance publicitário superior ao futebol masculino. Centenas de empresas multinacionais estão prontas para investir do futebol, porém, esbarram na ausência de público que de fato não abraçou o futebol das meninas.

 

Não aposto se o motivo foi este, digo, trazer maior apelo, o certo é que o radialista Roberto Pato Moure no programa Dupla em Debate na Rádio GreNal sugeriu que atletas do futebol feminino atuassem de “fio dental”. “Uma sugestão para estas meninas, principalmente do Inter, que querem usar calçãozinho parecendo o Diogo Barbosa (lateral do Grêmio). Peçam para confeccionarem calções mais curtos. Fica horrível o que estão fazendo. As pernas são mais bonitas que os homens, não tenho dúvida”, disse.

No entanto, uma torcedora do Internacional, não gostou e resolveu se posicionar. Além de utilizar as redes sociais para denunciar o fato, Thallya foi à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e registrou um Boletim de Ocorrência.

No documento ela relata que se “sentiu extremamente ofendida com aquela atitude, uma vez que profissionais daquela rádio sexualizaram a imagem da mulher por meio de uma vestimenta”.

“Não podemos olhar isso e ver como se fosse normal. O machismo, essas questões, se olha e não se dá bola, passa reto e está tudo certo. Quando nos manifestamos, não é uma pauta, apenas, é um problema estrutural que trazemos para debate. No futebol há muita violência doméstica, contra mulher, de gênero, se acaba pegando uma realidade de meninas e mulheres que podem viver isso em casa, na família, mas não sabem que tipo de ajuda procurar. Precisamos levar a elas onde podem denunciar, que isso também acontece no futebol”, falou em entrevista ao UOL

“A violência de gênero, moral, psicológica, é a porta de entrada para outras violências. E também é muito pesada. Eu não poderia ficar calada, não poderia agir como se aceitássemos isso”, completou.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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