Bellintani revela detalhes da conversa com volante do Flamengo

Bellintani revela detalhes da conversa com volante do Flamengo

"procurei do Gerson informações sobre o fato", disse.

Assim que soube do suposto caso de racismo ocorrido no jogo de domingo, no Estádio do Maracanã, o presidente Guilherme Bellintani decidiu pelo afastamento do meia Juan Pablo Ramírez, ainda que o mesmo tenha negado veementemente a acusação. Em conversa com o mandatário e também em vídeo publicado ontem pela TV BAHÊA, o colombiano desmentiu o jogador do Flamengo, deu sua versão e disse em nenhum momento cometeu qualquer tipo de racismo. Além de afastar o atleta, Bellintani ligou para o volante Gerson para saber detalhes do caso e prestar solidariedade. Em entrevista ao portal O GLOBO, o dirigente falou sobre o assunto.

 

“Nessa linha do que estou dizendo, se eu presumo a força da palavra da vítima, que é quem viveu, quem estava lá, meu primeiro objetivo foi manifestar solidariedade, dizer que qualquer ato racista não representa de forma alguma o pensamento do clube. Acho que já conseguimos mostrar o quanto o Bahia é preocupado com a causa antirracista. Mas isso não nos dava o direito também, pelo que fizemos nos últimos anos, de ser menos rigoroso quando um fato concreto acontece. Pelo contrário. A nossa responsabilidade é maior. Mas também ” porque tenho do outro lado um atleta dizendo que não falou o que ele entendeu. Então, tenho que formar minha compreensão do fato da melhor forma possível.”, disse.

“Eu pedi à Globo e à CBF, em relação ao VAR, todas as imagens disponíveis. Queremos toda a apuração possível. Falei com o Gerson, com objetivo principal de solidariedade e também de entender como foi. Estou nessa grande condução, que precisa ser serena, sensata, equilibrada e firme para jamais deixar de dar resposta muito dura para qualquer ato racista que envolva o meu clube. Ao mesmo tempo, preservar o direito fundamental do contraditório e ampla defesa. É o caminho que estamos conduzindo. Não é fácil. Tenho conversado com pessoas do movimento negro, de Salvador, que já trabalham com a gente no Núcleo de Ações Afirmativas. As próprias opiniões e leitura sobre o tema são diferentes. A gente está tentando construir um processo, e depois uma decisão, que sejam os mais justos possíveis.”, completou. 

“Foi, com folgas e sem dúvida alguma, o meu pior dia como presidente do Bahia. Foi o dia mais marcado negativamente. Deixo de fora a questão da derrota como foi aquela, com o jogo na mão e uma virada. Aquilo virou detalhe perto das circunstâncias da acusação muito grave. Posso dizer com um bom nível de orgulho: quis o destino que um dos clubes mais antirracistas do Brasil tivesse um atleta acusado de racismo. Primeiro, ressalto a gravidade da acusação. Nesse nível de acusação, a voz da vítima tem uma relevância muito grande. Não há motivo para inventar uma história dessa. Seria uma análise muito louca achar que alguém seria capaz de inventar. A voz da vítima é muito significativa em um fato como esse. Mas é preciso garantir algo muito importante, que é o direito ao contraditório. É fundamental. É isso que temos feito.”, finalizou. 

 

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Baiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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