O futebol brasileiro continua implacável com os técnicos, o mesmo se aplica aos técnicos com os clubes ainda em menor proporção, porém, essa relação de troca-troca não é de agora, sempre foi assim, perdeu, ou não apresentou um futebol convincente caem, ainda que saiam dos clubes andando e invariavelmente com o bolso cheio de dinheiro, fruto de vultosas indenizações. Geralmente as demissões são mais comuns nos chamados clubes de massa, aqueles de maior apelo de torcida que têm como essência principal os triunfos de qualquer jeito, e aí, quando eles chegam e não chegam rápidos, quem chega são cobranças pesadas que o diga os aeroportos pelo Brasil afora, que são os principais palcos dos protestos.
No entanto, nos últimos dias, alguns técnicos não esperaram pelo bilhete azul e saíram por conta própria, destaque BEM em especial para o argentino Eduardo Coudet que pediu o boné e foi embora do atual líder do Campeonato Brasileiro, o Internacional de Porto Alegre para assumir o comando técnico do modesto Celta da cidade Vigo que é décimo sétimo colocado, ou seja, é responsável pela portaria do Z4 do Campeonato Espanhol conquistando apenas sete pontos em nove jogos.
Fora isto, o argentino terá um salário aproximadamente R$ 200 mil menor do que ele recebia em Porto Alegre, porém, entendeu o treinador que trabalhar na Europa pode lhe abrir um mercado promissor e poderá trabalhar com tranquilidade, algo que nenhum técnico no Brasil será capaz de desfrutar, só se for treinar o Olaria em época de pandemia
Outro que pediu para sair foi Rogério Ceni que deixou Fortaleza, onde é uma espécie de Rei em qualquer esquina, porém, saiu para ocupar o espaço de um demitido, o espanhol Domènec Torrent do Flamengo. O mesmo aconteceu com Vagner Mancini que deixou o Atlético-GO onde estava se virando com certo sucesso para substituir Tiago Nunes.
Creio que ambos foram hipnotizados ou encantados pelo novo salário, notadamente o ex-treinador do Vitória, já Rogério talvez pela perspectiva de brigar por títulos e um dia treinar a Seleção Brasileira, afinal, sabe ele perfeitamente que ainda que venha conquistar Campeão Brasileiro pelo Fortaleza invicto jamais teria tal possibilidade.
Portanto, as mudanças são justas. Não ganhou, é mandado embora. Recebeu uma melhor proposta, apanha o boné e vai embora sem olhar para trás, aliás, postura também vista entre os queridos e afamados como português Jorge de Jesus que de tão popular que seria capaz de vencer o pastor Marcelo Crivela numa disputa eleitoral para a prefeitura do Rio de Janeiro, ainda assim, optou por voltar para sua terra natal e não tenho noticias que nutra alguma saudade do Flamengo.
Até então são 17 mudanças de técnico no Campeonato Brasileiro, duas a mais do que na vigésima rodada de 2019. Treze foram demitidos, quatro pediram demissão foram os casos Rogério Ceni, Vagner Mancini Paulo Autuori e Eduardo Coudet este último apenas buscando dá um novo horizonte na sua carreira.
Mudanças durante o Brasileirão:
Palmeiras: Vanderlei Luxemburgo por Abel Ferreira
Flamengo: Domènec Torrent por Rogério Ceni
Internacional: Eduardo Coudet por Abel Braga
Athletico-PR: Dorival Junior por Eduardo Barros
Bahia: Roger Machado por Mano Menezes
Botafogo: Paulo Autori – Bruno Lazaroni – Ramón Díaz
Coritiba: Eduardo Barroca por Jorginho
Corinthians: Tiago Nunes por Vagner Mancini
Goiás: Ney Franco por Thiago Larghi por Enderson Moreira
Red Bull Bragantino: Felipe Conceição por Mauricio Barbieri
Sport: Daniel Paulista por Jair Ventura
Atlético-GO: Vagner Mancini por Marcelo Cabo
Vasco: Ramon Menezes – Ricardo Sá Pinto
Fortaleza: Rogério Ceni por Marconne Montenegro (interino)