Bahia e Melgar era um jogo cercado de muita expectativa. O Tricolor vinha de uma partida contra o Santos onde tudo deu errado. Falhas grotescas de marcação, barreira que abre, bola que bate e não quica na grama passando por baixo da mão de Douglas, acertou a trave duas vezes, mais de 20 finalizações e tomou 3×1.
A cobrança sobre o técnico já começa, afinal, ainda existem os que julgam o trabalho de um treinador por 10 partidas. A zona de rebaixamento começa a encostar no 15º e a frase “azar de rebaixado” começa a aparecer nas redes sociais e no discurso supersticioso de Ruy Cerqueira. Como diria o saudoso poeta: “o bambu tá gemendo!”
Pra mudar isso, nada como um time fraco, uma volta para a nossa Fonte Nova, numa competição internacional, para dar uma goleada logo e reconquistar a confiança do time. E dessa vez, deu tudo certo. Ou quase.
Mano muda a equipe e coloca Daniel e Fessin de titular E acertou em cheio. O Bahia começou avassalador. Marcando alto, brigando muito pela posse de bola, fazendo transição rápida pro ataque e tabelando em alta. Logo de cara Gilberto dispara pela ponta e toca pra Élber fazer cruzar totalmente errado pra área. Falei dele agora porque depois ele só aparece pra ser substituído.
Logo depois, Capixaba, pior em campo contra o Santos, cruza na área e Fessim abre o placar, aos 11. Um gol cedo, importante e que desarma o time peruano. 1×0. Bahia segue tentando com Gilberto chutando pra fora. Gilberto serve Daniel que da entrada da área eige uma bela defesa do goleiro. Até que em outro escanteio, Daniel acerta a cabeça de Gregore. 2×0. “A chapa tá esquentando!”
O Bahia segue em cima, sem tomar sustos na defesa. E aos 33 Nino toca pra Daniel, que enxerga Fessim dentro da área. Com dois dribles desconcertantes o menino tira 2 zagueiros de vez e faz um golaço na Fonte. 3×0.
Nem deu pro Melgar anotar a placa do caminhão e um minuto depois, num contra-ataque rápido, Daniel (terceira assistência na partida) deixa Gilberto de cara com o goleiro e o artilheiro não perdoa. Bahia 4×0 Melgar, fora o baile.
Daniel cruza no peito de Gilberto que ainda consegue o chute, mas em cima do goleiro.
Fim de primeiro tempo e o jogo na mão. Bahia foi praticamente cirúrgico. Chutou 6 vezes no gol e converteu 4. “Eta grupo estourado. Virado no 600!”.
Veio o segundo tempo e a expectativa de fazer mais uns 3. Mas não rolou a mesma efetividade do primeiro tempo. Elias recebe passe de Élber e dá uma pancada pro gol, mas o goleiro pega. Nino vai na linha de fundo e cruza pra Saldanha perder um gol incrível dentro da pequena área. Falta ensaiada e Elias toca pra Nino cruzar na área, mas ela desvia. Rodriguinho chuta pra fora. O time sente as mudanças e o futebol desaparece. Aí foi esperar o apito final, mas sem antes Rodriguinho dar uma bela enfiada de bola para Alesson disparar, ganhar do zagueiro na velocidade, mas chutar em cima do goleiro.
Fim de papo! Brocô e…
BORA BAÊA MINHA PORRA!
As vezes acho que a Torcida do Bahia gosta mesmo é de sofrer pra falar da estrela que brilha no fim das partidas, como Raudinei no ex-rival, Charles no Fast, Fessim no Goiás. O time goleia, faz 4 gols em 30 minutos, depois faz as substituições pra poupar jogadores pro jogo do Brasileirão onde a coisa não tá boa, e a galera reclama porque “tirou o pé”. “Isso é um equívico” .
Mas queria acabar o texto dedicando ele ao grande Jotinha. Desculpa, Binha. Mas o Torcedor símbolo do Bahia, era ele. Malandro, engraçado, abusado, descarado. Jotinha vai deixar saudades. Salve, Papá! Você entrou pra história do Esquadrão!