VAR: Uma gerigonça sofisticada que vem varando ou apaniguando alguns clubes

Creio que há erros, maldades e benevolências dos que operam o VAR

Foto: Divulgação/EC Bahia

Coincidentemente, o primeiro artigo desse colaborador publicado nesse Blog, aconteceu no final do ano passado com o título: “VAR no futebol brasileiro, suas varadas e variações”, quando naquela oportunidade, manifestei minha desconfiança à respeito da eficácia do equipamento, o qual, tenho minhas convicções que tem ou tinha tudo para melhorar, sensivelmente, o péssimo nível da arbitragem brasileira que vem se arrastando há mais de um século e a implantação do VAR, encheu a alma do torcedor de esperanças para que este passasse a acreditar que a partir de então, o grave e secular problema de arbitragem que grassa no futebol brasileiro, estaria resolvido.

 

No meu entendimento, a arbitragem está para o futebol como a corrupção praticada por muitos políticos, está para o Brasil, com apenas, uma diferença: a corrupção no Brasil, já acontece desde o seu descobrimento, há mais de quinhentos anos, enquanto a péssima arbitragem deve ter iniciado no século passado e, pelas centenas de partidas de futebol que já assisti, um loco, nas arquibancadas dos estádios ou através do rádio e da TV, durante mais de cinquenta anos que o acompanho, já cheguei à triste conclusão que é, praticamente, impossível acabar com as incoerências do apito, haja vista que pela excelência tecnológica que dispõe o VAR, infelizmente, este é operado por elementos muito bem treinados e devidamente preparada para assumir a tarefa, mas, por se tratar de ser humano estar suscetível, tanto as naturais falhas humanas como as eventuais falhas ocasionadas por algum impulso.

Tenho assistido um bom número de jogos da Série A e erros grotescos têm acontecido em ambas equipes de arbitragem que atuam em uma partida de futebol e já estamos chegando à metade da competição e percebo que o diretor da comissão de árbitros, está acuado com a avalanche de reclamações dos clubes, mas, infelizmente, tem se mostrado incompetente para resolver e colocar um ponto final nos problemas.

Se eu for aqui, citar os jogos que já assisti e que constatei graves erros de arbitragem e não foram vistos ou foi feito “vistas grossas” tanto pelos trios de arbitragem de campo, como os árbitros e aspones que operam o VAR (salvo engano, quatro), utilizaria muitas laudas desse artigo, mas, dois jogos foram “operados” pelos operadores do VAR, com o beneplácito ou conivência do árbitro central do jogo, erros capitais que aconteceram no jogo Atléticoc3x0 São Paulo, quando no VAR anulou um gol legítimo do São Paulo, enquanto que no jogo São Paulo 0x0 Grêmio, a arbitragem foi tão desastrosa e prejudicial ao Grêmio que seu presidente, em entrevista coletiva, afirmou que foi assalto.

Para evitar que me rotulem de chorão, nem abordei os jogos que o Bahia foi prejudicado, mas, tenho a hombridade de registrar que no jogo Bahia 3 x 1 Atlético-MG, na minha opinião, aquele pênalti de Lucas Fonseca em cima de Keno, foi claríssimo e tanto o Anderson Daronco como os “mesários” do VAR, “comeram mosca”.

O grande entrave para moralizar ou melhorar a arbitragem no Brasil é que os árbitros são muitos melindrosos e corporativistas, além de não terem humildade para reconhecer os erros cometidos durante um jogo de futebol. O cidadão que soprou o apito em Goiânia, chegou ao cúmulo de expulsar Rossi no jogo Goiás 1×1 Bahia, só porque o atleta falou a verdade, ao dizer que” “ele era tão ruim que não servia nem para apitar Série C”(!), ou seja, se sentiu ofendido porque ouviu a verdade e, acabou dando cartão vermelho ao atleta. E não tenham a menor dúvida que a expulsão do técnico Mano Menezes nesse mesmo jogo, deu-se em função do corporativismo que impera na classe, talvez em represália aos impropérios do treinador dirigidos ao árbitro, no final do jogo Fluminense 1×0 Bahia.

Mas, independentemente, de tudo que já relatei, o que me deixou intrigado foi a comissão de árbitros da CBF escalar uma assistente de arbitragem ou bandeirinha e o árbitro de vídeo para o mesmo jogo, nesse caso, o marido e a esposa. Isso aconteceu no jogo Fortaleza 2×0 Palmeiras, inclusive, houve um lance pitoresco quando em um dos gols de Deivid, a bandeirinha Andréa Isaura de Sá, esposa do árbitro que estava operando o VAR, Rodrigo Nunes de Sá, levantou a bandeira assinalando equivocadamente, impedimento no lance do gol mas, para a felicidade dela e justeza no placar, o VAR validou o gol por constatar que não houve nenhuma ilicitude no lance.

Entendo que esse tipo de escalação da arbitragem para um jogo, colocando o marido como árbitro do VAR e a esposa para “bandeirar”, pode até não ser ilegal, mas no mínimo é um comportamento imoral ou antiético, porque entendo como uma espécie de nepotismo, expediente muito comum no meio político, quando os políticos locupletam parentes e aderentes no setor público.

Por tudo que já foi exposto aqui e por outros fatos que não foram expostos, tenho a impressão que, em função das desastrosas arbitragens que vem ocorrendo no Brasileirão envolvendo tanto a arbitragem de campo como a do VAR, onde ninguém sabe quem manda no jogo se é o VAR ou o árbitro central, além de fortes pressões dos clubes, acho que a validade do Sr. Leonardo Gaciba está vencida no comando da Comissão de Arbitragem da CBF e, sua batata já começou à assar, sendo uma questão de dias para sua renúncia ao cargo ou sua demissão pela CBF.

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor do Esporte Clube Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

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