"Roger caiu bonito, e caiu porque só vê o futebol de um jeito"

“Roger caiu bonito, e caiu porque só vê o futebol de um jeito”

"O Bahia enfrentou o Flamengo como se o Flamengo fosse o Bahia"

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

A passagem do técnico Roger Machado pelo Esporte Clube Bahia durou um ano e cinco meses, com muitos altos e baixos, mais baixos do que altos. Iniciou até bem, chegando a colocar o time nas quartas de final da Copa do Brasil e no G-6 do Campeonato Brasileiro (no 1º tempo), porém, a primeira queda de rendimento veio na reta final do ano passado, no segundo turno do Brasileirão, chegando a ficar 9 jogos sem vencer e somente não correu risco de rebaixamento porque havia acumulado gordura – terminou no 11º lugar. Esse ano, com novos reforços e iniciando do zero a temporada, foi logo eliminado na primeira fase da Copa do Brasil para o modesto River-PI. Depois de três meses de paralisação, voltou com a meta de buscar a conquista da Copa do Nordeste, porém, mesmo atuando todos os jogos em Pituaçu, perdeu o título para o Ceará, além disso, quase deixou escapar o título baiano para o Atlético de Alagoinhas. Ainda assim, seguiu bancado pela diretoria, porém, após a derrota de 5 a 3 para o Flamengo, não teve jeito, acabou demitido.

 

Ao todo, foram 74 jogos, com 30 triunfos, 22 empates e 22 derrotas – aproveitamento de 50%. Mas por que Roger Machado não deu certo no Bahia, mesmo pagando salários em dia e com a confiança do presidente? Em seu Blog, no portal UOL, o jornalista Luis Augusto Símon, apelidado de Menon, falou sobre a demissão do treinador. VEJA ABAIXO:

“Quincas Berro D’água, boêmio incorrigível, errou de garrafa. Não era pinga. Era água. Quando percebeu, gritou desesperadamente: Águaaaa. E morreu. Jorge Amado, genial!

Roger Machado não tem a ver com Quincas. Caiu não por trocar de estilo. Caiu por coerência.

O Bahia perdeu para o Flamengo, em casa, por 5 x 3. Perder seria normal, fora da curva é um jogo de e oito gols. E facilitar a vida do rival. Roger caiu.

Caiu agarrado a suas convicções. Deve estar orgulhoso da coerência. Ou está com a vida ganha e pode dar tantas oportunidades ao rival.

O Bahia de uma maneira muito agradável aí rival. Tremendo rival. Fortíssimo rival. E regalou um gol com dois minutos.

Como? Com a saída de bola desde a defesa. O goleiro vai dar tudo de meta. Dá um toque lateral para o zagueiro. Ele volta a bola com mais força do que o necessário e Pedro marcou.

Por quê? Para quê? Em nome da convicção no jogo apoiado? Já que chutão é proibido, por que não dar um passe vertical para o volante?

O modelo de jogo deve ser tão engessado assim?

Ainda sobre convicção.

O Bahia enfrentou o Flamengo como se o Flamengo fosse o Bahia. Resolveu jogar de igual para igual, como se fossem iguais. Como se tivessem a mesma qualidade técnica. Como se tivesse o mesmo toque de bola.

E fez apenas oito faltas no jogo. Oito. Ora, contra o Flamengo, é preciso ser combativo. É preciso ser competitivo. É preciso picotar o jogo. Impedir os astros de jogarem.

Roger caiu bonito.

Caiu porque só vê o futebol de um jeito.

Isso é limitação.”

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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