Na última semana, o secretário-geral da Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFpro), Jonas Baer-Hoffmann, afirmou que que existem jogadores na África, na América do Sul e na América Central passando fome em função da crise provocada pelo novo coronavírus. Ele esclareceu que muitos futebolistas ficaram sem fonte de receita face à suspensão dos campeonatos e que muitos têm salários equiparáveis às médias nacionais. No Brasil, a imensa maioria, cerca de 90% dos atletas profissionais do futebol, ganha até 2 salários mínimos, e muitos estão sem receber com a paralisação do futebol. Neste domingo, a Federação Nacional de Atletas Profissionais do Futebol (Fenapaf) divulgou um vídeo pedindo para que os jogadores de times pequenos tenham acesso ao benefício mensal de R$ 600 que o governo disponibiliza durante esse período de crise.
No último mês, o governo brasileiro vetou a inclusão de atletas e profissionais ligados ao esporte no auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia do novo coronavírus. A sanção da lei foi publicada na edição da última sexta-feira (15 de maio) do Diário Oficial da União.
No vídeo divulgado pelo Fenapaf, aparecem jogadores de clubes de ponta – como o volante Felipe Melo, do Palmeiras, o meia Diego, do Flamengo, o zagueiro Digão, do Fluminense, o goleiro Everson, do Santos, e o meia D’Alessandro, do Internacional – e atletas que defendem equipes de menor projeção no país, como Mario Cesar, que atua no Real Ariquemes, de Rondônia, e detalha: “Mas não pensa em mim porque não me conhece”.
Outros jogadores como Magnum, do Amazonas, detalham que atletas ganham em média “menos que três salários mínimos por mês”. Alex Dida, goleiro do Atlético Acreano, ressalta. “Este auxílio para mim não é privilégio, é sobrevivência”, afirmou.
Após os jogadores de clubes de ponta falarem “não é para mim”, o vídeo corta para atletas que atuam em equipes modestas, que completam com a frase: “É para nós”.