Sem as receitas das bilheterias e alguns deles perdendo recursos oriundos de patrocínio, os clubes brasileiros e de outras partes do mundo segue tentando adequar as suas finanças. O Clube Atlético Mineiro comunicou a decisão de reduzir os salários dos jogadores em 25%. A medida foi determinada por Sérgio Sette Câmara, presidente do clube. No entanto, até então, não houve assinatura de um acordo e nem homologação do acordo por meio do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado de Minas Gerais (Safemg). O dirigente do Galo explanou, na manhã desta segunda, que a medida foi tomada pela sobrevivência financeira do clube e afirmou que se alguém não estiver satisfeito, é só comunicar que o clube faz o desligamento.
“Primeiro lugar eu penso em defender o clube, eu não fico muito preocupado se o atleta chiou ou não chiou, se o funcionário chiou ou não chiou, se alguém tiver insatisfeito pode comunicar que a gente faz o desligamento não tem problema nenhum. O que eu tenho que defender em primeiro plano é o Clube Atlético Mineiro. Infelizmente, nós vamos ter que fazer alguns ajustes também na nossa folha com algumas pequenas demissões. Não tem jeito, a gente tem que ajustar, e essa medida foi muito estudada, pensada, discutida com pessoas de alto nível”
O corte de 25% na remuneração dos jogadores ocorrerá enquanto durar a paralisação do calendário local por causa da pandemia do coronavírus. Não haverá devolução do valor aos funcionários neste período, como ocorrerá nos acordos firmados por Fortaleza e Ceará com os seus jogadores e membros da comissão técnica.
“Já estávamos fazendo contas e mais contas, reuniões até chegarmos nessa fórmula. Estamos vivendo uma situação realmente muito dramática, eu acho que aqui no Brasil a ficha não caiu para muita gente. (…) Minha obrigação como mandatário do Atlético e gestor responsável que sou é tomar todas as medidas necessárias para a sobrevivência do clube, tendo em mente não prejudicar a grande maioria dos trabalhadores, colaboradores do clube. Essa nossa medida preservou o piso de R$ 5 mil reais e, dentro dessa decisão, alcançamos então 77% dos nossos funcionários sem nenhum tipo de redução. Depois, temos um escalonamento que atinge 4% mais uma faixa, depois mais 4% atinge outra faixa. Mas, enfim, reduzindo o máximo do percentual em 25% que atinge, na verdade, os maiores salários e não todos os salários”, explicou Sérgio Sette Câmara em entrevista à Rádio 98FM, que ainda completou.
Veja a nota
Considerando o atual estado de calamidade decretado pela Presidência da República, decorrente da Pandemia do novo coronavírus (Covid-19), declarada pela Organização Mundial de Saúde;
Considerando que a referida circunstância de força maior ensejou a paralisação de competições desportivas no Brasil e no mundo, acarretando ao Clube Atlético Mineiro drástica redução de suas receitas;
Considerando a excepcionalidade da atual conjuntura, que impõe ao Atlético a adoção de ajustes transitórios que lhe permitam continuar honrando os seus compromissos;
Resolve a Presidência Executiva, sob o crivo da Presidência do Conselho Deliberativo, aplicar uma redução de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o salário de seus funcionários, incluindo Diretoria, Atletas e Comissão Técnica, pelo período em que perdurarem os efeitos da Pandemia.
Em respeito ao mínimo existencial daqueles que mais necessitam, o Atlético não realizará desconto de nenhuma espécie para os colaboradores que recebam até cinco mil reais mensais.
Belo Horizonte, MG, 29 de março de 2020.
Sérgio Santos Sette Câmara
Presidente Executivo
Castellar Modesto Guimarães Filho
Presidente do Conselho Deliberativo