Dizem que Santo de Casa não faz milagre, mas será que essa máxima é uma verdade absoluta? O time de transição do Esporte Clube Bahia é uma realidade e pode sim prover peças para o time principal. O time com jovens jogadores, tão achincalhado pelos torcedores com pouca paciência para entender qual é a real intenção de tê-los em atividade, hoje tem se mostrado uma equipe bem treinada pelo técnico Dado Cavalcanti e com potenciais atletas que podem fazer parte do elenco principal. Tudo isso com um custo diminuído e que mesmo que não sejam aproveitados pelo elenco profissional, podem ser vendidos para outros clubes do futebol brasileiro ou até para o exterior pela exposição do Estadual.
Verdade é que a solução para as carências que o Bahia tem pode passar pelos atletas do time de transição que estão sendo testados no Baianão, mesmo que o campeonato não seja um primor técnico, é uma experiência de verdade, uma competição profissional de fato para esses atletas que procuram afirmação e espaço no competitivo mercado do futebol de elite do Brasil. Nomes desconhecidos no mercado nacional, mas com potencial sendo apresentados à torcida, tais como os goleiros Fernando e Mateus Claus, o zagueiro Ignácio, o lateral-direito Willean Lepo, os meias Arthur Rezende e Ramon e o atacante Gustavo e que já figuram na lista de atletas para disputa da Copa Sul-Americana.
A falta de paciência da torcida, que muito criticou a criação da equipe, não entende que no ano passado o time de transição ficou entre os 4 melhores equipes do Brasil na modalidade, sendo superado nas semifinais pelo campeão Internacional, em 2019. O time existe com a função principal de ceder e maturar atletas que são ativos do clube e que já tem contratos profissionais vigentes, além de ser uma resolução para o terrível calendário esdrúxulo que não dá espaço de 24 horas entre um jogo e outro.
O importante aqui é que o Bahia é um só e que o elenco dos profissionais precisa de um chacoalho, de motivação e acima de tudo competência, o que tem sido encontrado na equipe que disputa o campeonato baiano. Não podemos colocar a solução de todos os problemas do clube para que seja resolvido pelo transição, mas, colocar como exemplo, mostrar à equipe principal que não se ganha sem colocar o pé na bola, sem dividir e sem intensidade.
Está mais que provado que camisa não ganha jogo, que o jogo só acaba quando o juiz apita e que conformismo com reveses e desclassificações não é o que o torcedor do Bahia está acostumado viver, somos um clube vencedor e campeão do Brasil duas vezes, assim, queremos que tudo mude e que se for preciso um fator novo que use os meninos que estão cheios de vontade de vencer.
Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.