Roger explica empate com o Palmeiras e cita desgaste físico e emocional

"Final da temporada começa a pesar nas tomadas de decisões", disse

Foto – Felipe Oliveira/EC Bahia

Neste domingo, o Esporte Clube Bahia completou o sétimo jogo seguido sem vencer no Campeonato Brasileiro. Além disso, são seis jogos tropeçando em Salvador (Athletico, São Paulo, Ceará, Inter, Chapecoense e Palmeiras). Ao empatar em 1 a 1 com o Palmeiras na Arena Fonte Nova, o Esquadrão segue estagnado no 9º lugar com 43 pontos, no entanto, pode perder uma posição em caso de triunfo de Vasco ou Goiás que se enfrentam na segunda-feira em São Januário. Após a partida, em entrevista coletiva, o técnico Roger Machado tentou novamente explicar o novo tropeço, citou desgaste físico e emocional, que segundo ele influenciam bastante dentro de campo, mas admite que os desfalques de Juninho e Artur, dois titulares, não atrapalharam na atuação do time que foi bem no primeiro tempo, mas na etapa final simplesmente desapareceu em campo.

 

“Não tenha dúvida [de que a pressão influencia]. Nós, como atletas, emocional é 50% da nossa capacidade. Se eu não tiver confiança e tranquilidade, se me sentir pressionado pela minha torcida ou pela torcida adversária, minha capacidade de tomar decisão, meus erros vão se acentuar. Nós somos medidos como profissionais nestes momentos, por quanto peso consigo carregar sem envergar e manter naturalidade do meu jogo. Se a gente permitir emocionalmente sair da partida por esses eventos de pressão e eles se repetirem e eu não conseguir me manter emocionalmente equilibrado, vai denotar que este nível não estou conseguindo jogar. Para cada nível, há espaço para aqueles profissionais. Embora dolorosos, esses momentos são importantes para a gente perceber quem consegue aguentar bem a pressão, onde há erros de passe, teve mais no segundo do que no primeiro tempo. No primeiro tempo, com a energia toda, você está mais lúcido. No segundo, ficou mais marcante, o adversário retém mais a bola. Tomada de decisão equivocada, em função do cansaço, pressão, outros resultados que não têm acontecido. Nos colocam pressão pelo resultado. Não à toa, estacionamos neste momento, que era importante, aspirávamos coisas boas no campeonato. Vamos tirando lições e organizando e motivando jogadores para que passem por esses momentos.”

“Final da temporada começa a pesar nas tomadas de decisões, começa a pesar, porque foi um ano desgastante. Se fizer um apanhado, contando a média dos jogos, que estão entre 10 e 11km, o volume total de uma semana gira em torno de 35 km percorridos pelos atletas. Quando temos maratona. Se for multiplicar isso por quatro semanas, volume de quatro maratona. Naturalmente, isso já é um desgaste e vai pesar. Não à toa, está pesando no segundo turno para muitas equipes que têm bons jogadores, mas não têm número de peças para rodar e manter a qualidade. Não chegamos no limite. Dúvida agora é se conseguimos resgatar o emocional dos atletas, para que eles tenham a segurança para fazer o jogo sem se abalar pelas pressões externas. Queira ou não, agora você consegue sentir o material que você tem à mão de fato. Tem que tirar lições de final de ano para montar um elenco que possa nos permitir passar por estes momentos sem oscilar tanto como tem acontecido em alguns momentos.”

“Penso que as ausências não influenciaram no resultado, porque a formação já esteve presente em campo outras vezes e nos deu abertura do placar. Primeiro tempo equilibrado, conseguimos sair na frente, tendo controle do jogo muitas vezes, não só defendendo e contra-atacando, mas organizando jogadas, atacando profundidades curtas, como planejamos a semana em função das movimentações da defesa do Palmeiras. Primeiro tempo fomos melhores. No segundo, com as trocas do Palmeiras, qualidade de quem entrou, jogadores que manejam bem a bola, nos empurraram para nosso campo, a gente não conseguiu organizar algumas saídas. Fiz a troca do Gilberto, apesar de ser mais rápido nas profundidades, a bola não estava parando com a retomada dele de pivô, a gente não conseguiu, em vários momentos, com erros de passe, empurrar o Palmeiras. Não vejo ausências como determinantes. Jogamos com o vice-líder da competição. O que lamentamos nessa fase é não obrigatoriamente um empate com o vice, mas são os pontos que deixamos em casa contra Ceará, Chapecoense, que nos colocariam em outra condição na tabela.”

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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