Recordar é viver. O Esporte Clube Bahia comemora neste sábado (28) 40 anos do Heptacampeonato baiano conquistado no dia 28 de setembro de 1979, data em que o Esquadrão levantou o Campeonato Baiano pela 7ª vez consecutiva, maior conquista de um clube baiano em âmbito estadual. Um dos nomes mais marcantes, o maestro Douglas, considerado por alguns o maior jogador da história do clube, fez parte da conquista. Também teve papel crucial o volante Baiaco, marcador implacável e símbolo eterno de raça. Além dos dois ícones, o autor do gol do 7º título da sequência, Fito, e o viril zagueiro Sapatão, ambos sendo os únicos a participar dos sete campeonatos.
O último dos sete títulos veio num lance fortuito. Aos 24 minutos do segundo tempo, o atacante Fito recebeu passe de Perez na intermediária e deu um chute despretensioso. A bola era perfeitamente defensável, mas o goleiro Gelson, do arquirrival, aceitou. Para delírio da multidão azul, vermelha e branca na Fonte, o gol decretou o triunfo no clássico decisivo, por 1 a 0, na Fonte Nova, e entrou para a história.
Mas não só eles brilharam. Impossível esquecer de Thyrso “Chiquitinha”, “Uri”-Jésum (o entortador de zagueiros), Jorge Campos, Piolho, Mickey, Roberto Rebouças, Washington Luís, Gilson Gênio, Zé Augusto e tantos outros. Do banco de reservas, as “feras” foram comandadas por cinco exímios estrategistas –Evaristo de Macedo (73), Paulo Amaral (74), Orlando Fantoni (76), Carlos Froyner (77) e Zezé Moreyra (75, 78 e 79).
O resultado da união de grandes talentos, técnicos competentes e a mais fiel gama de torcedores foi simplesmente espetacular. De 73 a 79, o Bahia disputou 228 jogos pelo Estadual, venceu 142, empatou 75 e perdeu apenas 11. Foram 419 gols marcados e 102 sofridos. Das raríssimas derrotas, apenas três foram por dois gols de diferença. Nenhuma por mais. Em 1975, o time simplesmente não perdeu, foi tricampeão invicto. A maior invencibilidade foi de 50 jogos, entre 1974 e 1976.
Nem fazer gol no Esquadrão era moleza. Em 1977, o clube alcançou a extraordinária sequência de 12 partidas sem sofrer um único golzinho. Em 1978, o feito quase foi alcançado novamente: 11 jogos. Mas a especialidade do time era mesmo balançar as redes –419 gols em sete campeonatos. Em 1976, a artilharia pesada do Tricolor foi quase centenária –96 gols em 36 jogos– e a maior goleada do hepta –9 a 0 sobre o Leônico.
BAHIA 1×0 VITÓRIA
28 de setembro de 1979
Local: Fonte Nova
Público: 42.533 pagantes
Arbitragem: Arnaldo Cézar Coelho
Auxiliares: Anivaldo Magalhães e Paulo Celso Bandeira
Gol: Fito Neves, aos 24 do segundo tempo.
BAHIA: Luis Antonio, Toninho, Zé Augusto, Sapatão e Romero (Edmilson); Baiaco, Perez e Douglas; Botelho, Gilson Gênio (Fito) e Caio. Técnico: Zezé Moreira
Vitória: Gelson, Valder, Xaxa, Zé Preto, Eraldo, Otávio Souto, Edson Silva, Sena, Dendê (Carlinhos), Jorge Campos (Zé Júlio) e Monteiro.