Exatos trinta anos após estrear vencendo o grande Internacional na Taça Libertadores de 1989 (assisti esse jogo), o Bahia se despede eliminado pelo pequeno Liverpool do Uruguai na Copa Sul-Americana de 2019. Triste, porque trinta anos depois o tricolor cometeu o mesmo erro, e assim mais uma vez perdeu a oportunidade de galgar para o inédito título internacional. Tanto naquele 1989, quanto agora em 2019, faltou ao Bahia um comandante técnico preparado para esta gloriosa jornada.
Contudo, diria Machado de Assis: “A primeira glória é a reparação dos erros.”
Há 30 anos, o então jovem e sem “pedigree”, Renê Simões, desarrumou o time campeão brasileiro de Evaristo de Macedo, e em 1989 o tricolor custou a achar o prumo, foi parar no Torneio da Morte, quase caindo para a segunda divisão. Agora, o não tão jovem, mas também sem “pedigree”, Enderson Moreira, desarrumou de vez o time campeão duas vezes com Guto Ferreira nos últimos dois anos, e desconfio que o mesmo tricolor em 2019 custará a achar o prumo.
Não bastasse a derrocada dentro de campo, já que desde a sua chegada Enderson Moreira tem o medíocre aproveitamento de 47%, ainda acumula três eliminações em competições importantes, bem como o maior vexame da história do clube em decisões, que foi a perda da Copa do Nordeste, em casa, para o Sampaio Correia. Entra também na conta do medíocre técnico a enorme perda do craque Régis, principal jogador do Bahia nas últimas temporadas e responsável direto pelos últimos títulos conquistados.
O talentoso Régis [coberto de razão] pediu para ser emprestado para o futebol árabe após ser constantemente preterido pelo medíocre técnico Enderson Moreira, que em 2018 dava preferência ao regular Vinícius e aos péssimos Élber e Clayton. Nessa temporada 2019, absurdamente Élber e Clayton continuam no clube e o igualmente péssimo Rogério ainda veio se juntar a eles. Enquanto Régis no retorno da Arábia incrivelmente não ficará no tricolor, que contrariando a torcida, não reparou o erro e já o emprestou de novo, agora simplesmente para reforçar o poderoso Corinthians, bicampeão paulista.
A direção do Bahia desprezou a vontade da torcida de manter o melhor jogador das últimas temporadas no clube, exclusivamente para atender à mediocridade do técnico Enderson Moreira, com seus 230 mil reais de salário, seu desempenho pífio de 47% de aproveitamento, suas três eliminações, seu vexame diante do Sampaio Corrêa, sua preferência pelos péssimos Élber, Clayton e Rogério. A história plantada de indisciplina de Régis não engana a torcida, até porque o lateral Moisés desprezou o Bahia e agora foi aceito pelo clube. A saída de Régis e a permanência de Enderson Moreira poderá custar caro em 2019. O Bahia não repara seus erros.