A NOSSA MEDIOCRIDADE EM TORCER PELO FRACASSO DO RIVAL

A Rivalidade é essencial e fantástica para manter acesa a chama dos nossos maiores clubes, é fato também que o nosso humor está muitas vezes ligado diretamente ao resultado do nosso time em campo e essa dualidade de amor e ódio reflete sim nas nossas ações do dia a dia. Quem nunca teve um amigo, colega do trabalho ou vizinho que quando seu time perde ou ganha muda seu comportamento? Esta semana um vizinho amigo andava cabisbaixo, pensei que seria alguma coisa mais séria, e para minha surpresa ele extravasava domingo toda sua alegria me dizendo: “O Bahia está jogando como nunca e não ganhando como sempre”, tudo isso porque seu time tomou um bombardeio do Atlético-MG e em um contra-ataque ganhou o jogo.

Sei que o resultado dos três pontos é muito importante, mas também prefiro além disso um bom futebol, fizemos o certo contra o Ceará com linhas tortas, ganhamos o jogo, mas não jogamos bem, as mudanças feitas em campo exceto a do goleiro, não refletiram no desempenho em campo. Não vi Nilton mostrar nada diferente para ser titular, Bruno na minha opinião é fraquíssimo, não marca bem e não vai à linha de fundo. Se fosse em outras épocas diríamos que só está jogando por imposição do empresário ou de time que emprestou.

Falo isso porque o torcedor nordestino é fantástico, definitivamente não merecemos muitos dirigentes que ainda comandam nosso futebol. Federação, Liga e clubes sempre estão na luta incessante para estarem na primeira divisão do brasileiro, e aqueles que tentam resistir estão flertando sempre com a zona do rebaixamento, mesmo assim nossa Região está entre os dez primeiros na média de público. Espertamente estes dirigentes transferem sua incompetência nas costas dos torcedores, dizendo que só é possível ter time competitivo se tivermos muitos associados.



Não justificam, por exemplo, o caminhão de jogadores de péssima qualidade trazidos pelo presidente do Vitória gastando milhões aos combalidos cofres do clube. Seu experiente técnico se assustou com o que viu e foi à base para tentar resolver o problema. O técnico Paulo César Carpegiani disse que o time está trazendo mais um jogador porque a diretoria gostou do seu DVD. Já o presidente do Bahia teimou em trazer de volta Guto Ferreira contrariando sua torcida, perdemos a Copa do Nordeste porque demorou na sua substituição, perdemos o título e muito dinheiro, quem paga essa conta desses exemplos citados acima?

Sei que é difícil para um dirigente comandar um time de massa com muita pressão acertar em todas as decisões, mas, entendo como planejamento você ao final de cada ano já ter contratado os bons jogadores mapeados para temporada seguinte de cada posição carente. Essa antecipação equivale a milhões de economia aos cofres dos clubes, isso lhe permite a cada temporada o fortalecimento do seu time base já existente, sendo ainda detentor dos direitos econômicos desses atletas, se bem negociados reduziriam ainda mais a receita recebida dos grandes clubes, isso inclui saber colocar uma multa rescisória bem alta para o exterior já que por Lei não existe limite, isso não significa que venderemos sempre pelo total máximo da multa, mas evitaria a vender por dez contos.

Apesar de todo avanço nas administrações dos nossos clubes, ainda pecamos e muito na falta de bom planejamento, isso inclui já ter um bom técnico no início da temporada para não ter que demitir e pagar multas rescisórias tanto para contratar quanto para demitir, já termos um elenco fechado no início da temporada e só contrações pontuais no caso de contusões ou desempenho, aí sim estaremos tendo um planejamento para retribuir de maneira igual o amor dos nordestinos por seus clubes. Enquanto isso não acontece, nossa pouca alegria se resume à mediocridade de torcer pelo fracasso do rival.

Jorge Machado, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.

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Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

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