Quando o presidente Guilherme Bellintani anunciou a vinda de Guto Ferreira para o Bahia, fui contra. Fiquei pirado com a atitude da diretoria de repatriar um cara que saiu do clube, de forma justa e correta, diga-se de passagem, mas que ao chegar no novo clube quis exaltar o Inter sobre o Bahia. Foi o primeiro gol contra de Bellintani.
Guto veio, fez o trabalho dele, ganhou o Baiano, classificou o clube para as quartas de final do Nordestão, venceu bem o Vasco, classificou pra fase seguinte da Sulamericana e fez uma campanha ridícula no Brasileirão. Foi demitido nos vestiários, após uma derrota em casa, numa atitude nitidamente tomada no calor da emoção. Fui contra, de novo. Achei que não era o momento, podia esperar uma recuperação na competição, teríamos a parada pra Copa do Mundo, e pra piorar, não tinha nenhum técnico engatilhado para cobrir o buraco.
Prates assume, perde uma, empata outra, ganha outra, passa pra Enderson. Em 3 jogos pela Copa do Nordeste, ganhamos apenas 1, com placar mínimo, pro Ceará. Depois empatamos em casa, sem gols, classificando pra final e saindo debaixo de vaias da torcida. Parte da imprensa criticou os torcedores que vaiaram a classificação pra final. Defensores da diretoria também vaiaram as vaias. Aí veio a final.
No card da escalação, Junior Brumado. O garoto reaparece como titular do time após mais de um mês sem jogar uma partida, justamente numa final de Copa do Nordeste. Não tinha como dar certo. Foram 3 toques de mão, típicos de falta de ritmo de jogo, logo no primeiro tempo.
Entramos em campo, contra o Sampaio Corrêa, no Maranhão, como se o jogo só começasse depois dos 20 minutos do primeiro tempo. Lucas Fonseca, melhor zagueiro do time no ano, falha 3 vezes seguidas e tomamos um gol, tudo isso em 2 minutos. 1×0 pros caras.
Esperamos a reação. E ela não veio em mais de 95 minutos de jogo pós-gol relâmpago. O time não rendeu. Podemos atribuir a derrota ao juiz horroroso, que deixou de dar faltas, não deu cartões a quem deveria, anulou o gol do Bahia no final, mas nada justifica. Nem o choro de Bellintani. O Bahia fez, mais uma vez, uma partida sofrível.
A última vez que um centroavante de ofício resolveu uma partida foi contra o Santos, naquele 1×0 em que Brumado fez o gol no fim da partida, no dia 21 de abril. Fora isso é difícil lembrar outro jogo. O time parece não funcionar com um avante fixo. Seja Kayke, Gustagol, Rodrigão e até o Brumado que já mostrou que tem talento, mas não voltando de lesão. O time rende mais, sem o fixo. Ou pela falta de qualidade técnica dos jogadores, ou por azar, ou por esquema, é melhor um falso 9 que um monte de 9 falso que já tivemos por aqui. Talvez isso explique a saudade da Torcida por Jael (eca) e Fernandão.
Porém, pelas palavras do professor Enderson Moreira, ele gostou da atuação do centroavante hoje. Ou seja, teremos mais Brumado, ainda fora de forma, na Fonte Nova, no sábado. Oremos.
Bora Baêa Minha Porra!
A certeza do título, na cabeça da torcida, virou uma esperança de superação. Mas de 30 mil pessoas irão pra Fonte para empurrar o time pra cima da Bolívia maranhense, que venceu hoje, a Rússia baiana, com aquela homenagem ridícula da Umbro, debaixo do sovaco da camisa do Tricolor. Como disse Enderson: seremos o 9, o centroavante. Porque ele não tem, ainda, na equipe.
Que consigamos nos superar e voltar a sorrir em casa, ou cairá sobre os ombros do ainda novo técnico, o peso de jogar fora o título mais importante do ano. E não vencer essa Copa do Nordeste, é o mesmo que “noves fora”… zero.