O São Paulo mantendo a péssima fase que lhe acompanha desde o ano passado ontem à noite foi derrotado pelo Palmeiras pelo placar de 2 x 0, ainda que pese a boa atuação do goleiro Jean que enfrentou seu primeiro clássico paulista. O jogo já se foi, mas ficou as reclamações William De Lucca, torcedor gay e palmeirense. Segundo ele, em reportagem nesta sexta-feira no site UOL, o futebol continua sendo um ambiente hostil se referindo aos cantos homofóbicos.
“Isso impede que outros LBGT [lésbicas, bissexuais, gays e trans] vão ao estádio, e eu penso muito nessas outras pessoas. Aliás, os LGBT se afastam do futebol exatamente por isso, porque é um ambiente hostil, como ainda é em certa maneira para mulheres, negros e outras minorias”, disse William
“Eu uso como forma de afirmação, eu uso porque acham que ofende, e eu quero mostrar que não ofende. Ser gay, viado, bicha é tão normal quanto ser hetero ou bi. O termo é usado como ofensa, então a gente subverte a lógica e usa como afirmação de orgulho”, explicou.
“Ser gay nessa sociedade heteronormativa [que vê a heterossexualidade como norma] que a gente vive é um exercício constante de coragem e força. E eu não me calo ante a homofobia, seja de uma ou de 40 mil pessoas, porque a gente já se calou por muito tempo. A gente vai em estádios desde de sempre, e sempre calados. Precisamos falar sobre isso”, comentou.
“Eu estou certo de que os são-paulinos se sentem incomodados, mas por motivos diferentes. Eles se sentem ofendidos porque acham que ser gay é uma ofensa, e eu me sinto incomodado por ainda acharem que ser gay é pior que ser hetero e que o futebol não tem espaço para pessoas que não sejam hetero”, completou o jornalista de 32 anos.