Campeonato Estadual: Torneio constrangedor e completamente desprezível

Um troféu e as medalhas, um abraço apertado do presidente da FBF, bem ao estilo e forma daquele chamado de amador?

Fotos: Felipe Oliveira / EC Bahia

Quando o assunto é futebol existe uma sentença já proferida e aceita sem reclamação por todos. Trata-se de algo profissionalizado e quem não caminhar por essa via está fadado ao desaparecimento através da falência. Já não existem abnegados e os clubes quando não todos, a sua grandes maioria das Séries A e B, são administrados por gestores, gerentes, gente especializada no ramo.

Jogadores recebem fortunas e os torcedores pagam caro para fazer face a nova realidade do futebol. No entanto, na contra mão do dito como profissionalizado, ainda existem os campeonato estaduais que dão prejuízos, não revela jogadores, a maioria dos jogos são realizados em estádios que não oferecem a estrutura mínima, não existe competitividade e ano a ano vem sendo desprezado pelos torcedores de forma continuada e ainda assim resiste por caprichos e teimosia de um lado, e por outro, atendendo os interesses político do futebol.

Na Bahia, por exemplo, as últimas finais da competição não foram capazes de reunir 40 mil torcedores nos dois jogos envolvendo Bahia e Vitória, dois dos maiores clubes do nordeste, listados entre os 20 maiores do Brasil.

Ontem no Barradão, pouco além de três mil torcedores do Vitória estiveram no Barradão para assistir uma rodada da dupla e a estreia do Leão na temporada 2018. Enquanto, Bahia e Jacuipense que se enfrentam na quarta-feira na Arena Fonte Nova dificilmente irá superar tal marca e assim será até o seu final com jogadores pouco interessados, estádios vazios e os jogos sem qualquer atrativo e pouquíssima visibilidade. ( O fundo da foto de Felipe Oliveira que ilustra essa postagem colabora de forma viva com tais afirmações)

E então para que serve algo que o público alvo não se interessa por ele? Atende as quais interesses? O que lucram os clubes razão e essência única para existência do próprio futebol, quais são os acréscimos obtidos depois de encerrado a competição? Um troféu e as medalhas, um abraço apertado do presidente da FBF, bem ao estilo e forma daquele chamado de amador?

Enfim, são torneios não têm mais justificativas plausíveis, além de manter viva e acesa as Federações Estaduais que não tem recurso, não tem torcida, não faz qualquer investimento e ainda recebe percentuais  para organizar algo morto no berço, mas que por sua vez, tem o poder político para determinar os rumos do futebol brasileiro através do peso dos seus votos para eleger os presidentes da Confederação Brasileira de Futebol, alvo de tudo que é tipo de denúncia de corrupção.

Hoje em matéria divulgada pelo site Maquina do Esporte e assinada pelo jornalista Duda Lopes, o assunto é tratado dando enfoque o Campeonato carioca e paulista, mas que no entanto, cabe bem na realidade que vivemos no Campeonato Estadual da Bahia.

Afinal, para que servem os Estaduais atualmente? Em uma rápida passada de olho na rodada do fim de semana, há uma conclusão pouco agradável. Hoje, os torneios são inoportunos para a parte técnica e somam pouco a questões comerciais. O que sobra para manter um torneio?

No aspecto técnico, é muito fácil ver o prejuízo. Além do baixo nível dos jogos, os Estaduais atrapalham diretamente a pré-temporada dos times brasileiros. E eles são os principais responsáveis pelo inchaço do calendário nacional, um problema que assombra o futebol brasileiro há anos.

Comercialmente, há pouco o que acrescentar. Especificamente em São Paulo, no mais rentável torneio regional, a televisão rende R$ 15 milhões aos quatro grandes. Considerando os faturamentos de 2016, o valor significa, no máximo, 5% dos que os times ganham. Qual é o sentido de jogar cinco meses por 5%? Caso o time seja campeão paulista, a premiação é de R$ 5 milhões, ou 10% do que uma equipe ganha hoje na Copa do Brasil.

Outra falácia que ecoou ao longo dos anos é do apelo popular, com a festa do interior e a alegria dos clássicos! Infelizmente, no sábado, Fluminense e Botafogo jogaram no Maracanã para 8 mil pessoas. No domingo, o São Caetano inverteu o mando de campo e levou a partida contra o Corinthians ao Pacaembu. E conseguiu um dos piores públicos do time rival na capital paulista nos últimos anos, com 7 mil pagantes.

O problema é que a existência dos Estaduais é pouco discutida. Existe um elefante de cinco meses no calendário que é um fardo técnico e é economicamente prescindível. E poucos estão constrangidos com a situação.

Após Corinthians e Santos, agora é o São Paulo quem quer Santiago Tréllez

 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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