Texto publicado em 02/12/2013
Eu acredito que a vida não teria sentido sem a dupla BaxVi. Todos precisamos na vida dessa força espiritual que nos acode quando nos permitimos conceber uma ideia tão poderosa que só outra em igual sentido, porém contrária, nos faz perder. De antemão o Bahia e o Vitória foram campeões nesse campeonato brasileiro. Explico. O Bahia conseguiu a proeza e com todas as adversidades possíveis ultrapassar o obstáculo de permanecer na série “A” pelo quarto ano consecutivo, enquanto o Vitória faz uma campanha de fazer inveja a qualquer torcida do Rio de Janeiro e São Paulo.
Os times de São Paulo e Rio que abocanham mais da metade de toda a receita destinada aos outros clubes por direitos de transmissão estão muito aquém do que esperam deles. Possuem juntos 40% de chances de cair. Nada mal para clubes muito ricos que nunca pensaram nessa hipótese e costumam ter sonhos de grandeza enquanto os outros trabalham.
Esse campeonato brasileiro revela um fato de grandeza particular do nosso futebol: os times que não possuem receitas tão altas conseguem atingir padrões de competição dignos de Libertadores. O Bahia disputará a Sulamericana outra vez, o Vitória buscará a Libertadores, sem falar nos clubes de Santa Catarina que terão provavelmente 3 representantes na série “A”. De onde vem a força desses times?
O Bahia é algo que não tem explicação, o maior representante do norte e nordeste era tido como favorito para descer no início do campeonato, e senão fosse sua torcida e a justiça baiana provavelmente o time teria descido. A verdade é que dispomos de meios de atrair jogadores de toda a América. Acredito que isso explique parcialmente as grandes campanhas do Atlético do Paraná e do Vitória.
E muitos devem me perguntar: – Maurício, como é que você não falou de planejamento?. Eu vou falar disso nesse parágrafo para deixar muito claro que os dois planejamentos mais bem executados foram do Atlético-PR e do Vitória-BA. O fato é que o Atlético conseguiu esticar uma preparação, uma pré-temporada muito mais consistente e entrar no campeonato brasileiro com “gosto de sangue”. Um dos motivos para o fracasso de cariocas e paulistas se dá justamente por não acreditarem nos campeonatos de pontos corridos, não focam esse campeonato.
O campeonato de pontos corridos é uma decisão a cada jogo, não tem nenhuma rodada que não seja importante. Não dá por isso para escapar de um rebaixamento na última rodada dependendo dos seus próprios esforços. Isso muitos ainda precisam assimilar. Nos campeonatos regionais há um torneio que privilegia os mais oportunistas, enquanto num campeonato privilegia-se o mais regular.
Ao final, o que pode ser dito desse campeonato são as grandes surpresas de Vitória e Goiás, como também os dois times mais fracassados dessa temporada, Fluminense e Vasco. E essa grandeza da dupla BaxVi mais uma vez na primeira divisão é um privilégio para pucos que o Brasil está a conhecer. Teremos um campeonato do nordeste com os grandes de Bahia e Pernambuco mais fortes, com exceção do Náutico. O Timbu deve se recuperar. Salve essa energia dos opostos e de muita vibração de um futebol do nordeste e baiano a cada ano mais forte! Esse “yang versus ying” nas nossas almas nos revigora para as muitas batalhas espirituais que temos nas nossas vidas.