Concordo plenamente com o que consta no texto do Marcos Guimarães (Veja aqui), só gostaria de acrescentar que a composição do preço, ou seja, do valor cobrado para que um jogador atue por determinado clube, tem vários fatores, dentre eles a chamada vitrine. Assim, se a vitrine, ou seja, a visibilidade do atleta for boa, ele e os detentores do seu passe, aceitam receber um salário menor, visto que o passe dele irá se valorizar, e ele pode pleitear uma vaga na Seleção ou ser contratado por um grande time do exterior.
Quando assistimos aos programas esportivos nacionais, o tempo é completamente destinado a comentar sobre os times do Sudeste e Sul. Com a tragédia da Chape, ela também propicia uma boa visibilidade. Além disso, a possibilidade de ganhar títulos nacionais e internacionais, também melhora a visibilidade e valoriza o passe.
Lembro que no ano passado o Bahia estava na Segunda Divisão e teve que pagar um salários elevados a atletas como Cajá para atuar aqui. E saiu, e na Ponte recebe um valor inferior ao pago pelo tricolor ( o teto do time de Campinas era de 100 mil reais).
Mas de fato, os clubes, assim como as empresas, precisam aprimorar a sua capacidade de planejar, o tempo inteiro, mas para termos um melhor planejamento, precisamos desenvolver ou aprimorar os mecanismos de mensuração e controle dos nossos procedimentos internos, precisamos de metas para todos os setores, estrutura internas profissionalizadas e remuneradas (pois não é possível aplicar sanção pecuniária para um trabalhador voluntário que incorre em pequenos ou graves erros), e a lista segue.
Planejamento sem as ferramentas adequadas, se torna um processo muito mais intuitivo que científico. Temos muito a caminhar, não conheço a situação do Vitória, mas noto alguns movimentos do Bahia na direção correta, mas o fato é que ainda temos muito a caminhar, ou melhor a engatinhar, pois é o atual estágio em que nos encontramos, em se tratando de planejamento.
Ramon Santos, torcedor do Bahia e amigo do Futebol Bahiano.