Ainda nesta semana o jornalista Darino Sena, em texto publicado no Correio da Bahia, andou reduzindo as camisas do Bahia e Vitória do anunciado tamanho GG para o tamanho P e a chiadeira foi geral. MAS é evidente que somos pequenos. A prova maior disso é o estardalhaço, apresentado aqui por alguns torcedores de ambos os lados, com os elogios que, de quando em vez, caem das mesas dos comentaristas nacionais. Não somos apenas menores, como assim também nos comportamos.
Até o comentário MISERICORDIOSO do técnico de um clube MAIOR do que o Bahia, (Levir Culpi, após vencer o Bahia por 3 x 0) serve como demonstração de que o resultado medíocre do time não corresponde à qualidade do futebol deste time. E a cada rodada, alguns torcedores jogam para a próxima sequência de jogos a revelação do “verdadeiro” time. Isto é racionalidade demais para os que vivem de futuros indefinidos e sempre jogados para a frente.
Ivã de Almeida.
Todas as vezes que eu escuto a conversa de grupos políticos de que “agora é a vez do torcedor dentro do clube”, eu me arrepio de medo. Este é o discurso nos dois lados.
Comentei aqui sobre a demagogia desavergonhada de Ivã de Almeida, quando ele foi às arquibancadas para assistir ao jogo junto com o “povo”. Não era coisa de gente séria.
Demagogia
Vejo Marcelo Sant’Anna confrontando-se com as instituições apenas por demagogia, para levar a “galera ao delírio” e, ao mesmo tempo, apoiando irrestritamente a diretoria da FBF e, pelo que sei, transitando muito bem pela CBF. Para evitar mal-entendidos: para mim, seu bom relacionamento com a FBF e a CBF é sinal de responsabilidade política, o que critico é a farsa dele no trato com o público.
Os anos 80.
1) o Bahia e o Vitória têm hoje CTs que, se não são de excelência, têm qualidade suficiente para bem preparar a base e os atletas profissionais; se os dois clubes não fazem isso a contento é por causa da incompetência ou do desleixo de seus dirigentes. Maracajá soube gerenciar o CT que tinha: formou ótimas bases e preparou bem os atletas profissionais.
2) O ECV e o ECB têm excelentes estádios à disposição (um tem 3 e o outro, 2). Que proveito disso os dirigentes atuais tiram? Quase nenhum, porque são incapazes de formar times que possam aproveitar-se de excelentes campos de futebol. De que adianta a qualidade do campo, se a qualidade da contratação é ruim? Maracajá soube tirar proveito da Fonte Nova tanto no sentido de aproveitar a qualidade do campo quanto no sentido de “lotar” o espaço, porque ele oferecia qualidade dentro do campo. Verdade que há outros fatores que afastam o torcedor do estádio, mas acredito que um fator fundamental seja a qualidade do espetáculo oferecido pelos times montados pelas nossas diretorias. Não era mais fácil nos anos 1970 e 1980 trazer bons jogadores para a Bahia, pelo contrário, mas Maracajá formava bons times.
Tirando leite do cofre.
Para não me estender muito: Marcelo Sant’Anna não está tirando “leite de pedra” como por aqui foi escrito ontem. Um orçamento de 100 milhões – dinheiro este que o Bahia só consegue amealhar graças ao capital acumulado ao longo de sua história – não é suficiente para lutar pelo título ou pela Libertadores, mas é suficiente para não frequentar a zona ou ficar ao redor dela.
Assim como o dinheiro aplicado por ele em 2015 no time era mais do que suficiente para subir naquele ano, sobretudo quando se compara com o que dispunham os 17 outros clubes. O dinheiro aplicado em 2016 também era mais do que suficiente para que o presidente do Clube e os torcedores não ficassem de “olho comprido” no jogo do Náutico. O problema de MS não é tanto dinheiro mas competência para investir o dinheiro.
Dinensen, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Baiano.