O atacante Gustavo atuou 32 jogos e marcou 18 gols com a camisa do Criciúma depois de ter sido artilheiro da Copa São Paulo. O sucesso no time catarinense despertou o interesse do Corinthians. Foi retirado do Criciúma em pleno Campeonato Brasileiro da Série B e desembarcou em São Paulo como a esperança de gols da torcida do time paulista. Fez apenas dois jogos e logo foi afastado pelo desprestigiado (no Corinthians) técnico Cristóvão Borges e foi treinar em separado do grupo principal sob a alegação que precisava de um melhor aperfeiçoamento físico. Depois, voltou realizou outros sete jogos e sem nenhum gol marcado, foi colocado na rifa e o Bahia arrematou.
Se o atacante chegou ao Corinthians pelos gols que marcou no Criciúma, em Salvador, desembarcou já condenado pelos gols que não marcou no Corinthians e segue correndo atrás de espaço dentro do Bahia, enfrentando certa resistência do fã-clube do atual titular, o atacante Hernane, que, aliás, prometeu gols amanhã contra o Vitória.
Este ano o atacante Hernane fez 13 jogos (11 como titular) 1010 minutos em campo. Marcou 5 gols (média de 0,38 gol/jogo) Com o Brocador, o Bahia soma 10 triunfos, 2 empates e 1 derrota. Já Gustavo atuou 11 jogos (8 como titular) 712 minutos em campo 5 gols marcados (média de 0,45 gol/jogo) com o homem em campo Bahia soma 6 triunfos, 4 empates e 1 derrota.
Mas enfim, o cara já merece uma chance no time titular do Bahia? O tricolor Olival da Mata que tem por habito da contra-argumentação quando não concorda e sempre com lucidez e coerência, no entanto, neste caso, optou por analisar sentando em cima do muro de onde observou o que Hernane e Gustavo tem e não tem, e as características de cada jogador, além de colocar Edigar Junio como sendo uma opção na mesma posição de ambos.
Veja:
Depõe a favor de Hernane:
– Nem sempre que entrou de titular Gustavo foi bem ou mostrou serviço. Afinal, disputou 8 partidas no Campeonato Baiano e só balançou as redes em 3 oportunidades. Além do mais, quando não faz gol geralmente também não participa muito das jogadas ofensivas, pois é jogador mais estático que Hernane;
– Hernane é mais decisivo com a bola no chão e, por incrível que pareça, menos atrapalhado que Gustavo com a bola nos pés.
– Hernane enfrentou adversários menos ruins que o Gustavo;
– Além dos gols Hernane tem mais assistências que Gustavo, pois é um jogador que sai mais da área, atrai mais a marcação e tenta mais jogadas de ataque (por isso erra mais também);
– Jogador que impõe mais respeito ao adversário pelo seu histórico de gols no Brasileirão (Já foi artilheiro da competição pelo Flamengo).
Depõe a favor de Gustavo:
– Presença aérea mais decisiva que Hernane. Gustavo é de sobra mais eficiente nesse quesito. E ainda, quando Hernane iria fazer seu golzinho de cabeça, foi mal anulado;
– Hernane jogou ao lado dos titulares e Gustavo dos reservas. O que supõe-se que Hernane recebeu bolas com mais qualidade do que Gustavo;
– É jogador de maior força física, divide mais a bola e aguenta mais os trancos dos adversários.
Depõe a favor de Edigar Junio (outro que poderia disputar posição eventualmente):
– É o jogador mais rápido que os 2 acima;
– Jogador de maior habilidade com a bola nos pés;
– Tem tanto faro de gol como os 2 citados acima;
– Porém, é praticamente nulo pelo alto por causa da estatura e é o de menor força física, o que prejudica bastante o trabalho de pivô.
Olival Mata, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Baiano.